A USP recebeu oficialmente, na última quinta, dia 25 de abril, 180 novos docentes, que foram contratados entre 1º de junho de 2023 e 25 de janeiro de 2024. O evento foi realizado pela Comissão Especial de Regimes de Trabalho (Cert), que é a instância assessora da Reitoria encarregada de assuntos relacionados à vida funcional do corpo docente da USP.
A programação teve início na parte da manhã, com uma atividade de integração e movimento físico, realizada pelo Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepe). Logo após o almoço, o grupo foi recepcionado na sala do Conselho Universitário (Co) pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, que destacou a simbologia do espaço. “É uma alegria muito grande poder recebê-los neste local, que é o órgão máximo da Universidade, onde são tomadas as grandes decisões”.
Carlotti abordou o histórico da USP, pontuando a superação de desafios: “Nos últimos 90 anos, enfrentamos dificuldades, como o regime militar e crises financeiras. Agora podemos dizer que estamos em uma fase de equilíbrio. E é este equilíbrio que nos permite voltar a contratar novos docentes e servidores após um período de 10 anos sem reposições em face de dificuldades financeiras e da pandemia de covid-19. Desde o início desta gestão, já conseguimos repor 1.100 professores, sempre com a consciência e a responsabilidade que a situação positiva nos impõe, no sentido de preservar a sustentabilidade das gestões futuras”.
O reitor explicou a estrutura da instituição, salientando as preocupações que a atual gestão trouxe para a administração com o fortalecimento das áreas de inovação e de inclusão e pertencimento. E comentou também a importância da chegada de uma nova geração: “Precisamos de pessoas com este novo fôlego de ânimo e disposição para seguir transformando a USP e para que possamos melhorar ainda mais”.
No período de junho de 23 a janeiro deste ano, as Unidades que mais receberam novos professores foram a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), com 15 contratações; a Escola de Enfermagem (EE), com 12; a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), com 10; a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), com oito cada uma; e o Instituto de Matemática e Estatística (IME), com sete.
Divulgação científica
Em seguida, os presentes assistiram a uma apresentação do diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marcio de Castro Silva Filho, que explicitou o peso que o Estado de São Paulo tem para a ciência brasileira e como a USP e a Fapesp contribuem para este cenário. “Somos um Estado com a população da Espanha, o PIB da Suécia e o território da Inglaterra produzindo 35% da ciência brasileira”, resumiu.
Silva Filho apresentou um breve histórico da Fapesp e algumas formas possíveis de apoio que podem ser buscadas pelos novos pesquisadores, além das ferramentas de divulgação científica – Revista Pesquisa Fapesp e Agência Fapesp – de que a agência dispõe, explicando a importância da comunicação da ciência: “Pesquisas recentes mostraram que a sociedade brasileira entende as universidades como um lugar apenas de formação, e não de produção do conhecimento”, afirmou.
A presidente da Cert, Anna Helena Reali Costa, deu prosseguimento ao encontro, trazendo informações de ordem prática sobre a carreira. “Um dos objetivos iniciais deste evento é parabenizá-los por essa conquista marcante em suas carreiras acadêmicas e oferecer suporte para o início de suas jornadas na instituição. Sugerimos que todos estudem, com atenção, o Estatuto do Docente da USP, além da série de documentos que estamos disponibilizando para vocês, com diversas orientações e informações. Contem sempre conosco para o apoio que for necessário”. Anna Helena apresentou a estrutura e os membros da Comissão, explanou o funcionamento dos regimes de trabalho e esclareceu algumas dúvidas sobre credenciamentos e relatórios.
Produção de conhecimento
Em uma apresentação sobre a história e as características da USP, o assessor sênior da Reitoria, Marcos Silveira Buckeridge, detalhou uma linha do tempo que ressaltou como a história da USP começou ainda antes de 1934: “Já em 1926, mais de 30 artigos publicados no jornal O Estado de S. Paulo pressionaram pela criação de uma universidade com pesquisa e produção de conhecimento no Estado de São Paulo. Ao longo dos anos, esta demanda não apenas tornou-se realidade, mas comprovou ter um papel importantíssimo, inclusive recentemente, na atuação que tivemos na pandemia da covid-19”, celebrou, trazendo diversos exemplos de produtos, serviços, políticas públicas e personalidades oriundos da Universidade.
Buckeridge comentou que a USP tem a particularidade de estar entre as melhores do mundo mesmo tendo um tamanho e uma quantidade de alunos muito superior à média mundial, além de contar com uma estrutura de democracia que se assemelha a uma matriz de poder de Estado: “Trata-se de um arcabouço decisório complexo, que inclui discussões, processos e ritos que podem muitas vezes causar uma certa demora, mas que garantem maior qualidade final”, considerou.
Após um recital do trio de madeiras da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), a programação incluiu uma mesa que reuniu os cinco pró-reitores. Eles expuseram as principais ações e projetos de cada área e deram as boas-vindas aos novos colegas.
Esforço inédito
A pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lanna, e o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Paulo Nussenzveig, convergiram com desafios aos presentes para preservar e respeitar as importantes tradições, mas, ao mesmo tempo, surpreender, inovar, correr riscos e encontrar espaços para rupturas.
Na graduação, o pró-reitor Aluísio Cotrim Segurado elencou ações que estão em curso, incluindo destaques para o novo Programa de Desenvolvimento Profissional Docente (PDPD), um esforço inédito feito na atual gestão para aprimorar a formação pedagógica de seus professores. O pró-reitor de Pós-Graduação, Rodrigo do Tocantins Calado, explicou o trabalho de reconfiguração dos processos e de hierarquização de mestrados e doutorados que está em andamento, visando a uma redução no tempo total que hoje é demandado dos novos pesquisadores, superior à média dos países desenvolvidos.
Por fim, encerrando a programação do dia, a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros Leite, discorreu sobre a conceituação de cultura e de extensão que norteia o trabalho neste campo e o objetivo de gerar impactos na sociedade. Nesse contexto, listou os órgãos de cultura da USP e o trabalho que está sendo feito para a curricularização da extensão, que aumentará significativamente a carga horária dos estudantes fora das salas de aula.
