USP lança novo programa para fomentar e valorizar o desenvolvimento profissional dos professores

Objetivo é implementar uma política contínua de formação para os professores, consolidando um ambiente acadêmico dinâmico e enriquecedor

 05/12/2023 - Publicado há 5 meses     Atualizado: 06/12/2023 as 14:36
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Logotipo do Programa de Desenvolvimento Profissional Docente (PDPD) da USP – Foto: Divulgação PDPD


Em um esforço inédito para aprimorar a formação pedagógica de seus professores, a USP deu início às primeiras atividades do Programa de Desenvolvimento Profissional Docente
(PDPD), que consolida uma política institucional permanente e unificada para a área, reconhecendo e restaurando trabalhos já existentes em diversos setores da Universidade.

O Grupo de Trabalho Formação Docente, instituído em março de 2022 e coordenado pelas Pró-Reitorias de Graduação (PRG) e de Pós-Graduação (PRPG), desempenhou papel fundamental na identificação e mapeamento de iniciativas preexistentes. O programa conta com a colaboração de diversas Unidades da USP, além de interação com instâncias que regem a carreira docente: a Câmara de Atividades Docentes (CAD) e a Comissão Especial de Regimes de Trabalho (CERT). Os Congressos de Graduação da USP de 2022 e 2023 também tiveram o assunto pautado entre suas discussões.

Marcos Neira – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

“Este é um processo que, mesmo sendo inovador, respeita as experiências anteriores e valoriza o trabalho feito nas Unidades; um intercâmbio que está gerando como resultado o Espaço de Desenvolvimento Docente, núcleo dedicado ao aperfeiçoamento em três diferentes dimensões do conhecimento do educador. Um primeiro conjunto, específico de cada área, na literatura identificado como o conhecimento do conteúdo. Outro é o conhecimento das ciências da educação e da função social da Universidade. E finalmente um terceiro tipo, que é o conhecimento dos métodos e concepções de ensino. O que esse núcleo faz é catalisar pessoas e grupos que investem no desenvolvimento de professores e, a partir da análise dessas experiências, planeja e desenvolve ações formativas”, explica o pró-reitor adjunto de Graduação, Marcos Garcia Neira.

“O programa se pauta no compromisso com a formação para uma docência politicamente engajada, sensível às demandas sociais e ao novo perfil do alunado. Para que todas as pessoas sejam bem recebidas e possam exercer o seu direito a uma trajetória curricular de excelência, mudanças didático-metodológicas devem ser implementadas. Não só da literatura especializada, mas também das experiências que se multiplicam, foram extraídos referenciais importantes para apoiar os professores e professoras da USP no desenvolvimento de um ensino atento às diferenças de raça, classe, gênero, orientação sexual, religião, deficiência e outras, já que o caráter multicultural de qualquer sala de aula traz enormes desafios a quem ensina”, esclarece Neira. 

O pró-reitor adjunto de Pós-Graduação, Adenilso da Silva Simão, também ressalta o caráter inclusivo do processo: “Até pela relevância do assunto, as pessoas têm opiniões muito diversas, o que demanda bastante discussão para se chegar a um consenso e poder avançar. Por isso, este é um programa que demorou bastante para ser formatado e houve muito diálogo até que conseguíssemos finalmente ter os primeiros resultados. Com este trabalho, as expectativas para os próximos anos são muito boas, pois teremos um momento de consolidação de tudo o que está sendo construído agora”.

Adenilso Simão – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Simão destaca a importância do programa diante da recente retomada de contratações docentes após um longo período e enfatiza que as ações visam também àqueles que já integram o quadro da USP: “Neste momento, ter algo que direcione, que envolva os novos contratados e que os ajude a se integrar na cultura da USP é ainda mais importante, e a receptividade tem sido muito boa. Já estamos com mais de 100 participantes, todos eles sentindo-se mais acolhidos.  Quando recebe os alunos da graduação, a Universidade faz um processo de boas-vindas e todos eles passam a se sentir parte da comunidade. O que está sendo feito agora é uma iniciativa também para os docentes. A longo prazo teremos como efeito um grupo mais engajado e mais preocupado com aspectos de didática e da própria condução das suas atividades”.

Para estimular a participação de todos, as atividades receberão reconhecimento formal para que sejam consideradas e valorizadas nos processos de avaliação e progressão de carreira. 

Rendendo frutos

Flyer de divulgação do curso de introdução ao e-Disciplinas – Foto: Divulgação PDPD

O PDPD já apresenta resultados concretos em 2023, com diversas iniciativas em curso. Entre elas, as orientações às Unidades para acolhimento aos docentes ingressantes na carreira e o Curso de Formação Pedagógica para Novos Docentes, iniciado em 16 de novembro, que terá encontros até o dia 21 de dezembro.

Também no final de novembro foi realizado o Vivenciando 2023, um ciclo de seis palestras com especialistas renomados, todas presenciais com transmissão pelo YouTube.

Já foi oferecida, ainda, uma oficina sobre o e-Disciplinas para novos docentes e, no primeiro semestre de 2024, acontecem dois módulos de aprofundamento, sendo um sobre Ciências da Educação e outro sobre Relação Universidade e Sociedade.

Neste momento, as atividades não formam uma lista fixa. Elas são acompanhadas pelo grupo, com avaliações periódicas, de modo a fornecer os subsídios necessários para os próximos passos. Assim, podem ser desenvolvidas novas propostas ou melhorias para as que já estão em curso. 

Ampla participação

O Grupo de Trabalho Formação Docente, que produziu o PDPD e o submeteu para deliberação nos colegiados da PRG e PRPG, é composto de representantes de 16 unidades: Faculdade de Educação (FE), Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU), Faculdade de Medicina (FM), Instituto de Biociências (IB), Escola Politécnica (Poli), Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Faculdade de Odontologia (FO), Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp), Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) e Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). 

Clique aqui para ler o documento de formação do PDPD e assista, abaixo, ao vídeo preparado pelo PDPD sobre a acolhida aos novos docentes. Todos os documentos e a divulgação das próximas atividades estão disponíveis no site: sites.usp.br/pdpd.


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