Amazônia precisa aproveitar a biodiversidade como forma de desenvolvimento econômico

Paulo Artaxo entende que esse potencial econômico deva ser explorado a partir da integração da região com o restante do País

 08/03/2024 - Publicado há 2 meses
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Parte da floresta amazônica vista por satélite – Foto: ESA/A.Gerst, CC BY-SA 3.0 IGO
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O Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia foi criado pelo governo federal com o objetivo  de alcançar o crescimento econômico  sustentado e a geração de empregos na região. O foco é o ganho de produtividade , eficiência e recuperação fiscal. O Projeto de Lei 5787/23 cria o Plano Regional  (PRDA) para o período de 2024 a 2027. Elaborado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a iniciativa tem como foco a redução de desigualdades regionais. 

Paulo Artaxo – Foto: Arquivo Pessoal

Para o professor Paulo Artaxo, coordenador do Centro de Estudos da Amazônia Sustentável da USP, a proposta do plano é vista  como uma “forma efetiva de encontrar caminhos de desenvolvimento para a região que sejam sustentáveis e mantenham a floresta em pé e, ao mesmo tempo, reduza as desigualdades sociais e regionais da Floresta Amazônica”. 

As desigualdades sociais são gritantes na região amazônica e o desenvolvimento deve chegar através de políticas públicas e investimentos em educação, ciência e tecnologia.

Integração

A Amazônia precisa ser totalmente integrada ao resto do País e não ser vista como algo separado do Brasil; aproveitar a biodiversidade como forma de desenvolvimento econômico local. Segundo Artaxo, o maior desafio na região amazônica ainda é a questão da energia. Hoje a maioria das cidades utilizam o diesel para poderem ter luz e transporte.

Dessa forma, não seria interessante nem o uso de energia solar, por causa da alta umidade e nebulosidade, mesmo sendo uma floresta tropical, nem tampouco a eólica, justamente porque não existe muito vento na superfície da Amazônia. A alternativa seria o uso de gerador de eletricidade em rios com baixo fluxo de água.   

Cerca de 19% da floresta amazônica original foi devastada para ser usada na agropecuária, atingindo os Estados do Pará, norte de Mato Grosso e Rondônia. O desafio aqui é encontrar um manejo adequado. Ainda falando em agropecuária e agronegócios, a agricultura familiar é importantíssima nessa região, mas é necessário apoio da Embrapa e governos locais. 


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