Em sua coluna desta semana, a professora Marisa Midori aborda um tema essencial na sociedade: a liberdade de expressão, principalmente quando ela é tolhida em regime autoritários. A colunista lança mão de um livro recém-publicado na França pela editora Nouveau Monde, intitulado Samizdat, coordenado pelos professores Hélène Camarade, Xavier Galmiche e Luba Jurgenson. O volume trata das publicações clandestinas e autoedição na Europa Central e Oriental entre os anos 1950-1990 – justamente quando o mundo estava enredado na Guerra Fria e essa parte da Europa, devido à “Cortina de Ferro”, vivia sob forte influência soviética. São livros, revistas, jornais, fanzines que surgiram no período e enfrentaram o totalitarismo vigente. “Este livro me chamou a atenção primeiro pelo significado da palavra samizdat, que é um acrônimo russo que, traduzido, seria ‘autoedição'”, afirma a professora. “Mas, durante a leitura, percebemos que há outras variantes, inclusive a partir das velhas fitas cassete. E todas ligadas à liberdade de expressão.”
Segundo Marisa Midori, essas várias publicações tratavam de múltiplos assuntos, como questões políticas, sociais e culturais. “Mas, basicamente, temos religião, ecologia, arte, feminismo e mesmo questões de gênero. Há um artigo ótimo que trata do surgimento de uma imprensa homossexual na Polônia”, informa a colunista. “É impossível não pensar na atualidade que essa publicação nos apresenta ainda nos dias de hoje. São reivindicações antigas por espaço, por respeito às diferenças, e que são cada vez mais necessárias.”
Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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