Queda na vacinação de crianças no Brasil provoca volta de doenças como o sarampo

De acordo com a infectologista Heloisa Helena de Souza Marques, doenças como sarampo e rubéola foram consideradas quase erradicadas após décadas de campanhas de vacinação

 15/02/2022 - Publicado há 2 anos
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O Brasil não atingiu nenhuma das metas de cobertura das vacinas infantis disponíveis pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) em 2020 – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Organização Mundial da Saúde(OMS) considera a imunização uma das maiores e mais importantes invenções da medicina, capaz de salvar 3 milhões de vidas todos os anos. Infelizmente, esse número poderia ser maior e salvar muito mais vidas. Os motivos para a não vacinação são diversos, desde religiosos até a falta de acesso às vacinas, passando pelo simples esquecimento. O Brasil não atingiu nenhuma das metas de cobertura das vacinas infantis disponíveis pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) em 2020.

Heloisa Helena de Souza Marques – Foto: Reprodução/AACPHIV

Heloisa Helena de Souza Marques, responsável pelo serviço de Infectologia Pediátrica do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFM) da Universidade de São Paulo, diz que a pandemia de covid-19, nos últimos dois anos, piorou o número de imunizados, mas essa queda na vacinação começou muito antes, em 2015. “Doenças como sarampo e rubéola, que são importantes na faixa pediátrica, foram consideradas quase erradicadas após décadas de campanhas de vacinação. Porém, o sarampo tem visto um aumento de casos que geram surtos importados ou com circulação autóctone”, avalia. 

A especialista diz que é mito dizer que muitas doenças foram erradicadas no mundo com as vacinas, justamente porque muitos países não têm cobertura vacinal adequada, fazendo com que o vírus selvagem continue em circulação. A única doença 100% erradicada foi a varíola. 

Foto: Governo do Estado de São Paul/Fotos Públicas

A vacina tríplice viral faz parte do calendário de vacinação no Brasil e deve ser aplicada em todas as crianças a partir dos 12 meses de idade, com duas doses, e tem validade para toda a vida. Ela protege contra três doenças virais: sarampo, rubéola e caxumba – todas elas altamente contagiosas. 


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