A violência contra jornalistas mulheres tem sido uma realidade cada vez mais presente para além do universo digital. É o que mostra uma pesquisa patrocinada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), junto a outras entidades: quase 75% das entrevistadas dizem ter sido vítimas de assédio, ameaças e ataques on-line e 20% delas dizem que essas agressões estão passando a ser feitas pessoalmente, se estendendo a famílias e conhecidos.
É sobre isso que o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta na coluna Horizontes do Jornalismo de hoje (7). Ele lembra que, em 2017, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas divulgou o dado de que os casos de assassinatos de profissionais dessa área haviam começado com abordagens on-line. Tendo isso em vista, “é importantíssimo que se tome algum tipo de medida, não só do ponto de vista policial, mas também nas organizações jornalísticas, para que as mulheres que trabalham nessas redações possam se sentir mais seguras e amparadas”, indica o especialista.
A atitude de líderes políticos como Trump na questão também influenciou na percepção da profissão por parte dos cidadãos. Mostrando respeito pelo trabalho da imprensa, esses ataques podem ser inibidos. Com a eleição de Joe Biden e Kamala Harris, a perspectiva é positiva nesse sentido, inclusive porque os novos integrantes da Casa Branca decidiram que toda a sua equipe de comunicação fosse integralmente feminina, enquanto o número de mulheres nas redações tradicionais não cresce há 20 anos.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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