Há anos o Sistema Anchieta Imigrantes não consegue atender o enorme fluxo de veículos que utilizam a rodovia para chegar nas praias da Baixada Santista e Litoral Sul, isso sem falar do alto fluxo de caminhões que acessam o porto de Santos, o maior e mais importante do País. A primeira pista da Imigrantes foi construída em 1976 e a segunda foi concluída em 2002.
A construção de uma terceira pista na principal ligação entre a Baixada Santista e planalto deve ajudar a solucionar gargalos de mobilidade que hoje enfrentam a saturação, principalmente em períodos de temporada ou feriados prolongados, quando as pistas existentes não conseguem dar vazão ao grande volume de veículos de passeio, isso sem falar do transporte de carga com destino ao porto, o qual precisa ser interrompido aos finais de semana e feriados, trazendo grandes prejuízos à balança comercial brasileira.
A professora Amarilis Gallardo, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da USP, especialista em planejamento ambiental, que participou das obras da segunda pista, explica que o projeto da terceira pista – chamada de reversível – sempre existiu, desde o projeto original.
O maior desafio da construção dessa nova pista da Imigrantes é atravessar o Parque Estadual da Serra do Mar, com trechos de mata atlântica virgem, onde a biota pode ser verdadeiramente afetada. “A execução de túneis reduz importantes impactos ambientais relacionados principalmente à pressão da vegetação de mata nativa, interferência em rios e córregos e a instabilidade de encostas, mas isso também não isenta uma obra, construída por túnel, de ter os impactos ambientais”, explica a professora da Poli.
Tecnologia de ponta
Qualquer construção de obras viárias da Serra do Mar sempre foi um grande desafio, desde a calçada do Lorena, no tempo do Império, o Caminho do Mar – que hoje é fechada e usada apenas para caminhadas – até os atuais viadutos da Imigrantes. O avanço da engenharia e da tecnologia de ponta ajudou a facilitar o trabalho e principalmente levar menos impacto ao meio ambiente.
A tecnologia usada na construção da segunda pista criou um outro paradigma para obras de outras rodovias por todo o País, justamente pela preservação ambiental. “Os impactos sempre devem ser avaliados à luz do projeto que está sendo proposto, ou seja, qual a interação desse projeto naquela área de intervenção”, avalia Amarilis.
A preparação dos alunos da Escola Politécnica da USP, nesse sentido, é um trabalho intenso que é feito em sala de aula. A terceira pista da Imigrantes envolve vários desafios e todos grandiosos, como o tamanho da rodovia em questão. A Serra do Mar é também disputada por outras infraestruturas, como linhas de transmissão, energia, tecnologia, entre outras.
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