Cardiopatia congênita é frequente em bebês, mas não apresenta risco grave

Segundo Maria Angélica Binotto, é uma doença congênita que já está presente no momento do nascimento e o acompanhamento pediátrico é essencial para o diagnóstico e tratamento

 31/07/2023 - Publicado há 9 meses
A doença pode ser diagnosticada desde o estágio da gestação – Fotomontagem: Jornal da USP – Fotos: Freepik e Wikimedia Commons

 

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A Comunicação Interventricular (CIV) é uma doença congênita, ou seja, uma patologia que já está presente no momento do nascimento. Essa cardiopatia se estabelece a partir de um buraco entre as cavidades do coração. Acometendo um bebê a cada 100 nascimentos, a CIV desvia parte do sangue bombeado para o corpo, provocando uma série de sintomas. 

Maria Angélica Binotto, cardiologista da Unidade Clínica de Cardiologia Pediátrica do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), explica que a doença já pode ser diagnosticada desde o estágio da gestação e é bem variável. A malformação no septo do coração, que afeta a comunicação entre os ventrículos direito e esquerdo, pode ser única ou múltipla, assim como grande ou pequena. 

Cirurgia e prognóstico 

“Nem todos os casos são cirúrgicos, em aberturas pequenas, existe uma possibilidade de redução do tamanho ou até mesmo fechamento espontâneo com o crescimento da criança”, esclarece a cardiologista. Dessa forma, as cirurgias se fazem necessárias quando há sobrecarga nas outras cavidades do coração e, em decorrência disso, sintomas cardíacos. Maria Angélica comenta que a operação específica da CIV é considerada de baixo risco e uma das mais simples, mesmo que necessite de circulação intracorpórea.

Em casos de comunicações interventriculares isoladas, quando operadas, apresentam excelente evolução a longo prazo. Além disso, a partir do grande avanço no campo de cirurgias cardíacas, segundo Maria Angélica, a comunidade médica é capaz de diagnosticar e tratar cardiopatias congênitas mais complexas em recém-nascidos atualmente. 

Investigação 

“Nessa situação, eu acho que o mais importante é uma boa avaliação e um bom segmento pediátrico”, avalia a médica, tendo em vista que, com esse acompanhamento, dificilmente, haverá a falta de diagnóstico. Por exemplo, mesmo que o bebê não apresente sintomas, a partir de um exame clínico é possível perceber o sopro no coração típico da CIV, de acordo com Maria Angélica.

Já em casos com maior repercussão clínica, outros sintomas já são mais perceptíveis nas primeiras semanas de vida, como o aumento do fluxo pulmonar, dificuldade na amamentação e em ganhar peso. 


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