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Nesta edição, Pedro Dallari comenta sobre as recentes eleições realizadas na Bolívia e no Chile. A primeira elegeu Luis Arce, do MAS (Movimento ao Socialismo) como seu presidente, com 55% dos votos. O colunista observa que a Bolívia viveu, nos últimos meses, uma situação anômala, com um governo artificial, que resultou do quadro de intervenção que afastou o então presidente Evo Morales, na época concorrendo à reeleição. “O importante é que, mesmo antes do resultado oficial, já com o anúncio dos primeiros resultados, Carlos Mesa (candidato derrotado, de centro-esquerda, e ex-presidente do país) reconheceu a vitória de Luis Arce, cumprimentou e desejou êxito, numa demonstração de apoio efetivo ao resultado das urnas”, diz Dallari.

Já no Chile, no último domingo, a população chilena decidiu, em plebiscito, pela adoção de uma nova Constituição, a ser elaborada por uma Assembleia Constituinte exclusiva, sem a participação de atuais detentores de mandatos eletivos, a qual deverá contar com 50% de mulheres e 50% de homens. Dallari lembra que o plebiscito no Chile foi fruto das grandes manifestações sociais de protesto contra os políticos e a crise econômica – numa palavra, contra o que o povo considera a má gestão do país – e 78% da população manifestou o desejo de uma nova Constituição.

Para Dallari, as votações ocorridas na Bolívia e no Chile mostram a força da sociedade e da democracia em ambos os países e na região latino-americana. “É um quadro bastante auspicioso”, completa, “que demonstra a vitalidade da sociedade civil na América Latina, que impediu que nesses dois países houvesse qualquer retrocesso do ponto de vista democrático e que, pelo contrário, a democracia demonstrasse a sua força. É uma boa notícia para a região, que espero acabe produzindo efeito também em outros países. É muito importante constatar a relevância que a democracia vem tendo na vida dos povos da América Latina”, conclui.

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