Os conflitos na área de mídia e comunicação social na América Latina estão interligados historicamente com os caminhos tortuosos pelos quais a democracia no continente passa. André Pasti, geógrafo, doutorando em Geografia Humana na USP e integrante do Intervozes, Coletivo Brasil de Comunicação Social, descreve como a concentração da mídia em conglomerados empresariais, muitas vezes familiares, são um dos maiores desafios à democratização da comunicação.
Pasti critica as interferências políticas que os grandes grupos midiáticos realizam e traça um panorama geral dos avanços e retrocessos que ocorreram no continente no sentido de enfraquecer os monopólios e melhor representar a pluralidade cultural de cada país. O doutorando dá destaque à Lei de Meios argentina, que o governo Macri desconfigurou, e a países como Equador e Uruguai, os quais, inspirados no caso da Argentina, têm batalhado por legislações sobre a comunicação.
O doutorando lamenta que o Brasil não tenha apresentado grandes avanços na área. O especialista recorda que, de acordo com a Constituição, a comunicação não pode ser objeto de monopólio ou oligopólio e que ela deve representar as diferentes regiões do País. O problema, segundo Pasti, é que precisa haver uma regularização para dizer como isso vai se aplicar e o lobby empresarial contra esse processo é muito forte.
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