Apesar de obsoletos, disquetes continuam vivos e passam bem

Luli Radfahrer conta que eles sobrevivem em máquinas específicas, cujo sistema operacional continua num disquete e sua atualização implicaria custos altos

 14/04/2023 - Publicado há 1 ano

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O disquete, vejam só, aquele mesmo que a gente inseria no computador, num passado nem tão distante, não morreu, ao contrário do que muitos pensam. “Ele continua vivo, do mesmo jeito que o antecessor dele, que é o disquete de cinco polegadas e um quarto, aquele que era preto e flexível, quebrava horrores, né? – ele surgiu uma década antes e era capaz de armazenar 720 k de informação. Pois eles continuam supervivos”, garante Luli Radfahrer, embora admitindo que sua tecnologia já esteja ultrapassada, “mas não em algumas máquinas”. E, quando ele se refere a estas, quer dizer máquinas muito específicas, como uma máquina bordadeira ou uma máquina de fundição de um parafuso.
“Às vezes, uma máquina dessas dura 20 anos, 30 anos, 40 anos, e o sistema operacional dela está num disquete, o backup dela está num disquete, ou você só consegue transferir a informação para ela num disquete; então, às vezes, até áreas mais sofisticadas em engenharia, como em uma usina, uma usina hidrelétrica, podem ter problemas, porque alguns equipamentos precisam de disquetes.”
O problema, segundo ele, é que não dá para atualizar esses sistemas, porque o custo relativo é muito alto. “Imagina se você tem uma hidrelétrica, você pode ter uma quantidade muito grande de computadores, ou computadores muito específicos, que você até não sabe como funciona aquele hardware, ou se você tem uma máquina muito simples, como uma bordadeira, você não vai querer trocar por uma eletrônica, porque a velha funciona bem, então, o grande problema hoje é que é essas tecnologias precisam avançar e não tem matéria-prima. É o grande problema das malvadas tecnologias em evolução, você faz uma coisa que, para a época, faz todo sentido e daqui a um tempo essa tecnologia não existe mais, aí você vai basear no quê. É como se, de repente, no seu carro não existissem mais pneus. E aí você fala ‘e agora, como é que meu carro vai andar'”.
 

Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.

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