As inteligências artificiais apresentaram um avanço muito rápido, fator que provoca fascínio e medo em especialistas - Fotomontagem: Jornal da USP - Fotos: Freepik e Wikimedia Commons

Quem não conseguir utilizar IA como ferramenta terá dificuldade para se manter no mercado

O professor Edison Spina prevê que a grande maioria das profissões seja afetada pelas tecnologias de inteligência artificial

 13/04/2023 - Publicado há 1 ano

Texto: Redação
Arte: Carolina Borin Garcia

O desemprego tecnológico caracteriza-se como a perda de emprego gerada pela introdução de novas tecnologias no processo produtivo. Com o maior desenvolvimento das Inteligências Artificiais (IA), diferentes especialistas passaram a analisar o limite desses sistemas e a forma como podem afetar as relações trabalhistas humanas. 

Segundo, o professor Edison Spina, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais e coordenador do Centro de Estudos de Sociedade e Tecnologia da Escola Politécnica da USP, esse desemprego tem como característica a falta de preparo do trabalhador para o que está sendo introduzido no mercado, assim, o que costuma acontecer é a substituição desse indivíduo. 

Questões

A introdução de novas tecnologias no mercado de trabalho normalmente acontece para trazer um maior número de benefícios a diferentes ocupações. “Ela traz eficiência, ajuda a baratear a produção, aumenta o lucro final, auxilia na criação de novos produtos no mercado, entre outros. Nós temos um histórico muito longo de tecnologias indo para o mercado, mas existem custos para esse processo, pessoas são deixadas no caminho”, explica Spina. 

O professor comenta também que as inteligências artificiais apresentaram um avanço muito rápido, fator que provoca fascínio e medo em alguns dos especialistas: “Coisas que esperávamos que fossem ditas por pessoas muito preparadas começam a ser articuladas, e sintetizadas, a partir de um robô. Temos trabalhos escolares e pesquisas científicas sendo preparadas sem erros de português, apesar de não realizarem essas funções como uma pessoa faria”. 

Edison Espina - Foto: IEA/USP

A criatividade é outro tópico levantado quando abordamos o uso de tecnologias associadas ao trabalho. Segundo Spina, a IA é capaz de fazer alguns trabalhos criativos, mas é necessário que esteja direcionada, ou seja, as pessoas precisam aprender a fazer as perguntas certas para que funcione da melhor forma. “Eu acredito que é aí que o desemprego irá acontecer, quem não conseguir utilizar novas técnicas como ferramenta não terá a possibilidade de se manter como ferramenta. Eu não pretendo trazer nenhuma solução para essa questão em um horizonte curto”, discorre o professor. 

Futuro

É provável que a grande maioria das profissões seja afetada pelas tecnologias de inteligência artificial. Para o especialista, em um primeiro momento, os trabalhos serão impactados ao utilizar essas tecnologias como ferramentas. O professor comentou também que o futuro desses serviços é muito imprevisível: “Há pouco tempo atrás, eu acreditava que as inteligências artificiais eram algo superficial e, em seis meses, a temática assumiu uma escala muito grande, isso porque ela se tornou acessível para todo o mundo. O que teremos daqui para a frente é a sofisticação desses aparelhos. O impacto é, sem dúvidas, crescente”. 

Para saber mais informações sobre o ChatGPT, acesse: https://jornal.usp.br/cultura/chatgpt-entre-o-fascinio-e-o-temor-pela-tecnologia/ 


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