
Em abril é comemorado o Dia do Jornalista. Para marcar a data, organizações da sociedade civil protocolaram uma carta pública ao Congresso, em defesa da liberdade de expressão no Brasil. O documento classifica o cenário do País como preocupante, citando desde dificuldades de acesso a dados públicos a ameaças, agressões físicas e assédio.
A carta foi assinada por oito instituições: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Intervozes, Instituto Vladimir Herzog, Comitê para Proteção de Jornalistas, Repórteres sem Fronteiras e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O “Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil”, levantamento da Fenaj citado no documento, mostra que 2020 foi o ano mais violento para a imprensa, desde o começo da série histórica, iniciada na década de 1990.
Democracia e liberdade de imprensa
A liberdade de imprensa, reivindicada por essas instituições, é um dos pilares daquilo que se conhece hoje como sistema democrático, como explica o professor Eugênio Bucci, do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Bucci relembra o assassinato do jornalista Léo Veras, morto em 2020, na cidade Pedro Juan Caballero, fronteira do Paraguai com o Brasil. “Isso não é uma questão de opinião, essas coisas têm sido medidas com base em fatos e, efetivamente, o Brasil tem um destaque triste quando o assunto é ataques contra jornalistas, contra veículos jornalísticos e contra a liberdade de imprensa.”
Bucci pontua como o tema é delicado, porque os ataques, muitas vezes, acabam sendo bem-sucedidos quando conseguem intimidar e interromper a atividade dos profissionais de imprensa. “Esse é mais um dos pontos que nos autorizam a dizer que a democracia no Brasil corre riscos. Há muitos outros aspectos que nos autorizam a dizer a mesma coisa”, destaca.
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