Jornalismo precisa recuperar credibilidade com ética e boa reputação

Ivo Herzog, filho de Vlado, chama atenção para a coragem dos repórteres que denunciaram atos que ferem a democracia

 29/10/2019 - Publicado há 4 anos
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A 41ª edição da maior premiação brasileira de jornalismo na área de direitos humanos prestigiou a investigação, ao laurear Patrícia Campos Mello e Glenn Greenwald, no Tucarena — um dos dos palcos da luta democrática no Brasil durante o regime militar. A repórter da Folha de S. Paulo trouxe ao público esquema de caixa dois de empresários envolvidos na campanha de Jair Bolsonaro para financiar ataques ao Partido dos Trabalhadores no WhatsApp. O editor cofundador do The Intercept publicou diálogos, via Telegram, de membros da força-tarefa Lava Jato, indicando corrupção no correr das investigações. O evento ocorreu na última quinta-feira (24).

“Olha, a gente também está tentando entender como funcionam esses tempos”, é o que Ana Luisa Zaniboni, curadora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, conta ter ouvido dos repórteres ganhadores ao Jornal da USP no Ar. Já Ivo Herzog, filho de Vlado, chama atenção para a coragem dos repórteres que denunciaram atos que ferem a democracia.

A curadora ressalta a participação da próxima geração na cerimônia. Além dos centros acadêmicos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, da Faculdade Cásper Líbero e da PUC-SP, os vencedores do Prêmio Jornalista Fernando Pacheco Jordão receberam destaque. As alunas da ECA, Beatriz Gomes e Rebecca Gompertz, foram premiadas na categoria Podcast, retratando o trabalho infantil na indústria da moda.

Ivo Herzog lembra que a internet cobra novos padrões de velocidade da informação. Fora que as redações jornalísticas estão cada vez mais enxutas por razões econômicas. Então, “tem mais fake news que notícia”, como diz ele. A solução, de acordo com ambos os entrevistados, está em dar musculatura ao jornalismo, que precisa recuperar sua credibilidade com ética e boa apuração. Ana Luisa aposta que a “intimidade dessa nova geração com as mídias sociais” pode ser uma das chaves.

Ouça a entrevista na íntegra no player acima.

 


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