Férias! Não sei aonde ir e como planejar… O que fazer?

A prática do turismo não conhece fronteiras e está sempre aberta a novos desafios e campos de interesse nem sempre convencionais. O importante é que ele seja amplo, democrático e irrestrito

 21/12/2023 - Publicado há 5 meses

Uma boa dica é checar o Boletim Ciência do Turismo, que vai ao ar na Rádio USP quinzenalmente e traz algumas informações importantes na hora de planejar ou mesmo identificar um lugar que possa ser uma atração a ser visitada. Afinal, as férias estão aí, batendo nas portas, e é o momento de prever o que fazer nesses dias em que a rotina de trabalho é substituída pela doce sensação de não se ter nada melhor para fazer além de viajar, descansando no campo, “morgando” na praia ou até mesmo conhecendo novos lugares que você nunca pensou existir na própria cidade onde reside. Turismo é uma aventura e como tal deve ser encarado, ainda que o risco implícito em toda e qualquer aventura seja substituído aqui pelo prazer de conhecer novos lugares e de travar contato com culturas e povos diversos.

Avenida Paulista, Viaduto do Chá, Praça da Sé e Rua Augusta – Fotomontagem: Ana Júlia Maciel/Wikimedia e USP Imagens

O turismo deve ser pensado de forma acessível para contribuir com o direito ao lazer

“Todas as pessoas, independentemente de suas necessidades ou limitações, merecem aproveitar as maravilhas do turismo”, reflete a pesquisadora Lúcia Silveira Santos. O turismo deve ser pensado de forma acessível para contribuir com o direito ao lazer. Lúcia, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, explica que há uma série de barreiras que não permitem que o turismo seja acessado por alguns grupos sociais. Assim, um dos principais objetivos da Política Nacional de Turismo é a democratização do acesso ao turismo em todo o País para o maior número de pessoas possível.

Uma mudança cultural também precisa estar presente nesse debate para que os responsáveis pelos espaços turísticos passem a planejar visitas pensando no maior número de pessoas possível. Lúcia destaca, dessa forma, que os gestores públicos desse setor devem pensar nas dificuldades que as pessoas enfrentam em certos ambientes para adotarem soluções práticas. Em cidades litorâneas, por exemplo, é importante avaliar a forma como os cadeirantes poderiam se deslocar até o mar, os restaurantes que possuem rampas de acesso e o deslocamento que seria realizado na hospedagem.

Estádio Spartak Arena em Moscou – Foto: Mos.ru via Wikimedia Commons/CC BY 4.0

Estádios e turismo, uma nova fronteira do esporte

Estádios e turismo, uma nova fronteira do esporte, um campo em expansão, o turismo em estádios gera renda e lazer, além de promover o sentimento de pertencimento e orgulho da população. De acordo com Milena Manhães Rodrigues, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, o desafio a ser enfrentado quando se fala de turismo em estádios é “gerar receitas suficientes para cobrir os custos de construção e manutenção dos estádios, buscando alternativas de renda nesses espaços, não apenas com a venda de ingressos, publicidade ou locação para shows e convenções, mas com outras práticas de lazer e de turismo”. Desse modo, existe um estímulo para que esses espaços sejam rentáveis e o turismo seja uma opção promissora.

A doutoranda explica que a relação turismo e esportes se dá de três diferentes formas. Existe o turismo de prática esportiva, em que o turista viaja para realizar seu esporte. Outra forma é o turismo de eventos esportivos, em que o indivíduo viaja para assistir à Copa do Mundo ou aos Jogos Olímpicos, por exemplo. Já a última forma é o turismo de nostalgia, que envolve visita a estádios, arenas ou museus esportivos, motivado pela procura de um conhecimento, uma cultura ou significado.

O turismo é frequentemente considerado benéfico para as cidades, pela geração de empregos e aumento do comércio – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Cidades sofrem com o overtourism e turistas enfrentam retaliação de residentes e governos locais

Cidades sofrem com o overtourism e turistas enfrentam retaliação de residentes e governos locais. Restrições, taxas de entrada, multas e proibições são medidas que os destinos mais procurados do mundo estão adotando para diminuir o número de turistas. O turismo é frequentemente considerado benéfico para as cidades, pela geração de empregos e aumento do comércio. Entre janeiro e julho deste ano, 700 milhões de pessoas viajaram internacionalmente, 43% a mais do que no mesmo período do ano passado. Em 2022, o número de turistas internacionais atingiu quase 1 bilhão.

Os números ainda não alcançaram os do período pré-pandêmico, mas muitas cidades estão sofrendo os efeitos do grande número de visitantes. “Cidades antes tranquilas, agora enfrentam uma invasão de turistas, o que pode trazer problemas ambientais, de infraestrutura e conflitos sociais”, diz Lúcia Silveira Santos.

 


Boletim Ciência do Turismo

Programa de Pós-Graduação em Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades-USP, Rádio USP e Jornal da USP
Produção - Alexandre Panosso Netto, Lúcia Silveira Santos, Vitor Silva Freire e Milena Manhães Rodrigues
Coprodução - Cinderela Caldeira, Julia Galvão, Alessandra Ueno, Guilherme Castro Sousa
O Boletim Ciência do Turismo vai ao ar na Rádio USP, quinzenalmente, às sextas-feiras, no Jornal da USP no ar
Edição: Rádio USP
Você pode sintonizar a Rádio USP SP 93,7 MHz e Ribeirão Preto 107,9 MHz, pela internet em www.jornal.usp.br ou nos principais agregadores de podcast
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