Para muitos, o desenvolvimento sustentável é incompatível com o sistema capitalista. “Este é o pensamento entre os ecossocialistas”, lembra o professor José Eli da Veiga. Mas, segundo ele, há outros colegas que, mesmo não sendo ecossocialistas, consideram impossível que o capitalismo possa se desenvolver de forma sustentável. A ideia deles é que, para haver o desenvolvimento sustentável, é preciso enfrentar a questão do fim do sistema. “Assim, o desenvolvimento sustentável seria mais que uma utopia, uma espécie de pura ilusão”, aponta Eli da Veiga.
Na coluna anterior, ao chamar a atenção para os 230 anos do capitalismo, o colunista alertou que existem diversas maneiras de se entender o capitalismo. “Mas os que acreditam que o capitalismo tem de terminar não explicam direito como seria o fim do sistema”, adverte o colunista. Eli da Veiga lembra que, no advento do capitalismo, houve, principalmente, a mudança da classe dominante: uma classe aristocrática feudal que foi substituída pela burguesia. “E Marx achou que o capitalismo seria derrotado porque uma classe radicalmente oposta à burguesia, o proletariado, a derrubaria. Essa seria a revolução seguinte”, observa. “No entanto, o proletariado não tem mostrado condições de levar adiante esse projeto.” Na opinião do colunista, é preciso que os estudiosos mostrem qual seria a classe que viria a substituir a burguesia, o que permitiria uma avaliação das possibilidades. “Ou seja, é preciso que eles expliquem melhor o que eles entendem por capitalismo.”
Ouça no link acima a íntegra da coluna Sustentáculos.
Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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