A mineração na economia brasileira é tema do “Diálogos na USP”

O programa traz como convidados os professores Sérgio Médici de Eston e José Roberto Castilho Piqueira, ambos da Escola Politécnica da USP

 15/02/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 25/03/2019 as 15:28

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Há quase três anos no ar na Rádio USP, o programa Diálogos na USP inicia em 2019 um novo ciclo, passando a ser transmitido também pela TV USP no Youtube – trata-se de uma iniciativa da Superintendência de Comunicação Social da USP (SCS-USP) para oferecer cada vez mais conteúdo em plataformas multimídias. Além do já tradicional horário das sexta-feiras às 11h na rádio, em 93,7 MHz, o Diálogos poderá agora ser visto no endereço 

A tragédia de Brumadinho, que já conta com mais de 160 mortos, é um drama humano de proporções bíblicas, um crime ambiental e um grande ponto de interrogação: diante de tudo o que aconteceu (e diante do quase nada que foi feito para impedir que a barragem se rompesse), como fica a mineração brasileira daqui por diante? Afinal, mais do que o trabalho de uma mineradora, o que pode estar em xeque é a própria mineração no Brasil.

Essa é uma questão que também precisa ser abordada, já que a mineração é responsável por quase 5% do PIB nacional e o minério de ferro no Brasil possui uma grande responsabilidade econômica, contribuindo com grande peso na balança comercial das exportações de minérios. Nos últimos anos, a receita bruta registrada chegou a ser de quase 50 bilhões de dólares, resultado obtido com a venda e exportação de mais de 330 milhões de toneladas do minério de ferro brasileiro. A China é a principal compradora de minério brasileiro.

Região atingida pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG) – Foto: Vinícius Mendonça/Ibama via Flickr-CC CC BY-SA 2.0

Além disso, várias cidades pequenas que têm mineradoras em sua região dependem  – e muito – da ação dessas empresas. Brumadinho, por exemplo, tinha 60% de sua arrecadação proveniente da mineração, com a Vale gerando ali cerca de 2 mil empregos. Agora, ninguém sabe como a situação vai ficar. Diante de todo esse quadro, cabe perguntar como ficará a questão da mineração no Brasil depois do que aconteceu em Brumadinho.

Para falar sobre o Futuro da Mineração na Economia Brasileira, o Diálogos na USP recebeu Sérgio Médici de Eston, professor do Departamento de Minas da Escola Politécnica da USP, e José Roberto Castilho Piqueira, ex-diretor e professor da Escola Politécnica da USP e presidente do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

Para o professor Eston, a mineração é fundamental para a sociedade. “Se as pessoas pensarem na sua casa ou no trabalho, verão que tudo vem da mineração. O ser humano não consegue viver sem a mineração. Mas garimpo e engenharia de minas são coisas diferentes. Uma boa mineração precisa ter gerenciamento de risco.” Nesse sentido, Eston destaca que o valor são as vidas humanas, e que estas não podem correr risco.

O professor Piqueira comenta que as pessoas aprendem pouco no Brasil, embora a análise de risco hoje seja muito mais sofisticada do que no passado, porque não está só relacionada à probabilidade de um evento ocorrer. “Seria bom que a engenharia brasileira não se esquecesse de Brumadinho. As probabilidades de ocorrer desastres são pequenas, mas não são zero.” Por isso, ele destaca o fato de a engenharia hoje medir o risco de maneira muito mais sofisticada, analisando não apenas a probabilidade de ocorrer, mas, se ocorrer, qual o prejuízo que trará para a sociedade.

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O  Diálogos na USP  tem apresentação de Marcello Rollemberg, com produção da equipe da Editoria de Atualidades do Jornal da USP e da Rádio USP e trabalhos técnicos TV USP.


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