Parceria do Inova USP pretende desenvolver modelos de risco de crédito para o mercado de recebíveis

Segundo Leandro Maciel, a parceria, realizada com a CERC (Central de Recebíveis), tem o objetivo de caracterizar o mercado de recebíveis no Brasil, que nada mais é do que ativo financeiro que constitui o caixa de uma empresa ainda a ser recebido

 26/02/2024 - Publicado há 2 meses
As registradoras de recebíveis são uma infraestrutura de mercado recente no País – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
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O Centro de Pesquisa e Inovação da Universidade de São Paulo, Inova USP, realiza convênio com a Central de Recebíveis (CERC), entidade registradora especializada no mercado de recebíveis. O projeto consiste no desenvolvimento de pesquisas para a caracterização desse mercado no Brasil e é coordenado pelo professor Leandro Maciel, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

CERC e mercado de recebíveis

Principal produto com que a CERC trabalha, um recebível é um ativo financeiro que constitui o caixa de uma empresa ainda a ser recebido, como explica Maciel. Gerados após qualquer venda parcelada, algumas empresas tentam antecipá-los para adiantar os valores previstos para datas futuras e fomentar as suas operações.

“É aí que entra a CERC, cujo objetivo principal é viabilizar a oferta de crédito para as empresas, ou seja, fomentar a antecipação desses recebíveis. Ela tem um papel importante para prover mais segurança em qualquer transação envolvendo recebíveis financeiros”, explica o especialista.

O docente ainda comenta que a CERC é uma das maiores registradoras de recebíveis do Banco Central. A entidade atingiu, em janeiro deste ano, a marca de um trilhão de recebíveis originados de cartões, o que, segundo Maciel, evidencia a importância do projeto: “Se resume em desenvolver pesquisa científica para entender e caracterizar melhor esse mercado. O nosso objetivo futuro é compreender essas operações e a caracterização desse mercado, aí a gente consegue mensurar melhor os riscos e precificar melhor os ativos”.

Leandro Maciel – Foto: Divulgação/FEA

Como funciona o projeto

Em fase de contratação de bolsistas, o projeto multidisciplinar ainda está em início, mas com algumas linhas de pesquisa definidas, como explica o professor: “O desenvolvimento de modelos de risco de crédito para o mercado de recebíveis, pesquisas no sentido de caracterização, ou seja, geração de material didático acerca desse mercado que ainda não existe e captação desses bolsistas”.

Maciel também afirma que a parceria feita no projeto com a CERC é inédita, do ponto de vista de estudo na área de finanças. “As registradoras de recebíveis são uma infraestrutura de mercado recente no País. Apesar da existência de vendas a prazo no Brasil ser realizada há muito tempo, essa ideia de registrar as operações para dar mais segurança a elas é algo novo e que deve ser fomentado”, explica o coordenador do projeto, que ainda comenta ser de muita importância para o País, já que, diferente de outros países, o parcelamento de vendas a prazo em território nacional é uma prática muito relevante.

“A ideia principal é evitar operações fraudulentas nesse mercado. O objetivo dessas registradoras é registrar essa operação, para não permitir que você vá em uma outra instituição financeira e antecipe um recebível que já está comprometido. O seu principal papel é trazer maior transparência para essas operações e, ao mesmo tempo, trazer competitividade, do ponto de vista de realizar essas antecipações a menores taxas e conseguir fomentar, de forma mais eficiente, os negócios”, finaliza.


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