Foco da política externa brasileira deve mudar de comercial para ambiental

De acordo com Rubens Barbosa, será muito difícil a ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia caso não haja essa mudança

 07/07/2020 - Publicado há 4 anos

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Na coluna Diplomacia e Interesse Nacional, o embaixador Rubens Barbosa trata da imagem negativa do Brasil no exterior. Ele explica que, nos últimos 30 anos, o País atuou como um líder nas negociações de meio ambiente, preservação das florestas e da mudança de clima. “O novo governo, no entanto, mudou a retórica e a política, vistas como negativas em relação a questões ambientais, com o quase desaparecimento do Ministério do Meio Ambiente”, comenta.

A reação da comunidade internacional veio rapidamente. A preservação da Amazônia é o foco da política ambiental no exterior. “Aqui no Brasil”, aponta Barbosa, “adotamos uma posição defensiva, procurando explicar, sem mostrar resultados concretos, das medidas que estão sendo tomadas”. 

Assim a pressão externa entra, também, pelo campo financeiro, cujas instituições começam a pressionar o País a respeito do tema. O governo pretende prestar esclarecimentos, a fim de eliminar as distorções no exterior e, para isso, cogita contratar uma empresa de relações públicas. “O problema não está no exterior”, explica Barbosa, “o problema está aqui”.

Segundo o embaixador, para restaurar a credibilidade, serão necessárias medidas rápidas e drásticas: mudar o foco da política externa de comercial para ambiental, além do anúncio de pacotes que cubram medidas externas e internas. “Será muito difícil a ratificação do acordo Mercosul-União Europeia, caso não haja mudanças desse tipo”, aponta. O colunista finaliza, dizendo que para recuperar a credibilidade e a liderança do Brasil nessas negociações será importante a tomada de medidas proativas.

Ouça a íntegra da coluna no player.


Diplomacia e Interesse Nacional
A coluna Diplomacia e Interesse Nacional, com o professor Rubens Barbosa, no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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