Colunista comenta o não comparecimento de Bolsonaro à COP26

De acordo com Glauco Arbix, a estratégia utilizada foi a de não aumentar o mau humor internacional contra o Brasil, uma vez que o país está marginalizado e na periferia do mundo

 09/11/2021 - Publicado há 2 anos

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Glauco Arbix comenta em sua coluna o fato de o presidente Jair Bolsonaro não ter marcado presença na COP26, realizada em Glasgow, perdendo, com isso, a oportunidade de participar da reunião mundial sobre meio ambiente. “Talvez porque não tenha muito o que falar e queira também  fugir das perguntas incômodas de jornalistas, dos governantes, dos presidentes que estavam lá”, argumenta o colunista, para quem o Brasil “vive hoje uma situação absolutamente constrangedora, com desmatamentos, com o avanço da mineração de madeireiros sobre as nossas florestas; não há fiscalização, os órgãos de controle e fiscalização foram desmobilizados pelo atual governo. A situação não é boa nem para o Brasil nem para o mundo”.

A estratégia adotada pelos representantes brasileiros presentes ao encontro, diz Arbix,  foi a de não aumentar o mau humor internacional contra o Brasil, uma vez que o país está marginalizado e se encontra atualmente na periferia do mundo, “um lugar que nós não merecemos, exatamente por conta de uma atuação errática do governo, não somente na área ambiental, mas também aqui, por conta da pandemia”. Com tudo isso, na COP26, o Brasil foi obrigado a sustentar e aderir aos acordos para zerar o desmatamento e reduzir em 30% as emissões de metano até 2030, “um objetivo que nunca foi do Brasil”, mas que foi obrigado a assinar.  “O Brasil engoliu a seco, engoliu um sapão, do ponto de vista do governo”. De todo modo, se o Brasil o cumprisse, seria bastante interessante, “uma pena que não é, é apenas um registro a mais no papel e uma promessa que certamente não será cumprida”.


Observatório da Inovação
A coluna Observatório da Inovação, com o professor Glauco Arbix, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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