Pesquisa analisa os danos causados por agrotóxicos na cultura de tomate

Nesta edição dos Novos Cientistas, o fisioterapeuta Rafael Junqueira Buralli concedeu entrevista sobre seu trabalho de doutorado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, intitulado “Efeitos à saúde por exposição ambiental e ocupacional aos pesticidas de uso agrícola”

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 27/08/2020 - Publicado há 4 anos
Novos Cientistas - USP
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Pesquisa analisa os danos causados por agrotóxicos na cultura de tomate
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No podcast Os Novos Cientistas desta quinta-feira (27), o entrevistado foi o fisioterapeuta e doutor em Saúde Pública Rafael Junqueira Buralli. Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, ele avaliou os efeitos da exposição aos pesticidas pelos agricultores que trabalham com a cultura de tomate na cidade de São José de Ubá, localizada no noroeste do Rio de Janeiro.

Em geral, os trabalhadores e suas famílias, inclusive crianças, estão sujeitos a intoxicações. Entre as pessoas avaliadas foram detectados sintomas respiratórios dos mais variados, como chiado no peito e redução da capacidade pulmonar e até mesmo sinais de depressão e ansiedade. Em entrevistas realizadas com os trabalhadores foram citados mais de 50 agrotóxicos de 31 classes químicas diferentes. “Esses produtos, em geral, são misturados para serem aplicados na cultura do tomate”, contou o pesquisador.

São José de Ubá é um dos maiores produtores do País, o que justifica a escolha do local para a pesquisa. “O tomate é muito perecível e demanda muito agrotóxico. Os agricultores, por medo de perder sua produção, usam muitos produtos na tentativa de preservar e melhorar a colheita”, disse o fisioterapeuta. Em sua pesquisa, Buralli realizou uma descrição bem detalhada de como os trabalhadores e suas famílias se expõem às substâncias, seja pela falta de equipamentos de produção ou falta de apoio técnico. Dentre as ações a serem tomadas para evitar esses problemas, o pesquisador ressalta que deve haver maior apoio técnico aos trabalhadores e treinamento, bem como fortalecer ações de vigilância tanto no uso quanto na venda desses produtos. Na safra de 2014, 82 agricultores familiares foram entrevistados e submetidos à avaliação clínica. A avaliação respiratória foi repetida na entressafra de 2015 para comparação entre os períodos de maior e menor uso de pesticidas.


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