Minuto Saúde Mental #10: Por que alguns medicamentos têm tarja vermelha ou preta?

Ninguém deve ter medo de usar qualquer medicação, desde que siga as instruções do seu médico, diz o professor João Paulo Machado de Sousa

 15/04/2021 - Publicado há 3 anos
Minuto Saúde Mental - USP
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Minuto Saúde Mental #10: Por que alguns medicamentos têm tarja vermelha ou preta?
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No podcast Minuto Saúde Mental desta semana, o professor João Paulo Machado de Sousa fala sobre as tarjas vermelhas e pretas dos medicamentos. O professor explica que as tarjas usadas nas embalagens de remédios servem para indicar o tipo de risco que seu uso implica.

Medicamentos com tarja vermelha só devem ser vendidos com prescrição de um médico, ou seja, com receita. Dentre os medicamentos com tarja vermelha, há aqueles que podem ser vendidos sem retenção da receita e aqueles em que a receita deve ser retida pela farmácia, como no caso dos antibióticos e de algumas medicações receitadas por psiquiatras. “Isso serve para evitar o uso abusivo ou inadequado dessas medicações.”

Os antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, que são medicações que atuam no sistema nervoso central, costumam ter uma tarja vermelha na embalagem. A tarja vermelha indica que são medicações que podem ter efeitos colaterais importantes se utilizadas de forma inadequada, mas cujo risco é, em geral, menor do que de outras medicações. “Os três tipos de medicamentos – antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor –  são vendidos com apresentação de uma receita branca, que é preenchida em duas vias pelo médico e uma será retida pela farmácia.”

Já sobre os remédios que trazem uma tarja preta em sua embalagem, diz o professor, são remédios que podem causar quadros de abuso ou dependência. “Esse é o caso, por exemplo, de vários ansiolíticos conhecidos, como o alprazolam ou o clonazepam, que é muito conhecido pelo nome comercial de Rivotril.”

Sousa alerta que “as medicações com tarja preta podem causar sedação, tolerância (que faz com que a pessoa precise de uma dose cada vez maior para ter o mesmo efeito) e abstinência, que é a experiência de sintomas fortes e desagradáveis quando o tratamento é interrompido”.

Todas as medicações que atuam no sistema nervoso são resultado de pesquisas rigorosas e têm grande valor quando utilizadas corretamente. “Ninguém deve ter medo de usar qualquer medicação, desde que siga as instruções do seu médico. Esses remédios só se tornam perigosos e podem causar dependência quando utilizados de forma irresponsável e sem a indicação para a qual foram desenvolvidos. Por isso, busque um profissional de confiança e siga suas recomendações sem medo.”

Minuto Saúde Mental tem apresentação do professor João Paulo Machado de Sousa, produção dos professores Sousa e Jaime Hallak, com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa do CNPq e Fapesp.


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