A pesquisadora Priscila Vasconcelos Silva, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP foi a entrevistada desta quinta-feira (19) no podcast Os Novos Cientistas e deu detalhes de seu estudo de mestrado em que estudou abordagens didáticas para ajudar no acolhimento de alunos migrantes. A pesquisa intitulada “Essa língua também é minha”: imigrantes nas escolas paulistanas como neofalantes de português brasileiro, teve a orientação da professora Valéria Gil Condé, da FFLCH.
Priscila contou que propôs o uso do termo neofalante para se referir àqueles que falam uma língua que não a sua língua materna. “O conceito de neofalante pode ser aplicado de diversas maneiras. Eu trouxe esse termo para a realidade brasileira para se referir a estudantes estrangeiros que vieram estudar aqui”, descreveu, destacando que “o conceito surgiu para questionar o que é um falante nativo. O neofalante é um indivíduo que aprende na escola ou na socialização secundária uma língua que não é vista como sua.”
A pesquisadora trabalhou durante um semestre com uma turma de 9º ano em uma escola estadual de São Paulo, onde conheceu alunos imigrantes. Ao longo do semestre, a pesquisadora ajudou os alunos na produção de um podcast. “Embora o podcast não fosse uma atividade obrigatória, todos os alunos quiseram participar”, destacou. Contudo, para que atividades como essa possam ser aplicadas nas escolas, é essencial haver investimentos em materiais didáticos e formação de professores. “Isso ajuda a orientar os alunos e evitar que exista uma cultura xenofóbica na escola.”
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