Doze anos depois da criação da Resolução Normativa 482, os investimentos em energia solar fotovoltaica para 2024 devem ultrapassar os R$ 39 bilhões. Criada em 2012, a resolução permitiu que os consumidores pudessem gerar sua própria energia a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e até mesmo fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade. Atualmente, existem um pouco mais de 2,3 milhões de instalações fotovoltaicas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, Elmer Cari, explica a evolução do setor fotovoltaico. “A partir de 2017 as pessoas começaram a acreditar que, de fato, investir no setor solar era muito atraente. O aumento expressivo nas instalações de energia solar fotovoltaica foi devido aos benefícios econômicos para o investidor, além de contribuir com a diminuição do efeito estufa devido à produção de energia limpa.”
Impactos da alta demanda
A previsão dos investimentos no setor fotovoltaico para este ano deverá impactar positivamente a produção dos painéis solares e a geração de energia. “Quanto maior o investimento, maior a produção de inversores, que são os principais elementos de um sistema solar, para abastecer a demanda de novas instalações.” Como consequência, a geração de empregos também acompanha o aumento; ainda segundo a Absolar, o setor fotovoltaico deve gerar mais de 280 mil empregos, causando um impacto positivo na economia do País.
O preço do kit solar deve diminuir, e isso ocorre porque, neste caso, a demanda é inversamente proporcional ao valor. Cari conta que, em 2017, um kit solar de 3 kW custava R$ 23.400 (valor convertido para a inflação atual), atualmente, o mesmo kit custa em torno de R$ 13.000. Em ambos os valores, não foram incluídos os custos da instalação.
Dentre os segmentos que mais investem em energia solar, o residencial se destaca com 48%, seguido pelo comércio e serviço, com 28%. Cari explica que para ambos os setores, os benefícios são de caráter econômico, pois terão, depois de ter investido na instalação fotovoltaica, um retorno financeiro.
Pontos de evolução
Assim como qualquer fonte de energia nova necessita de pontos para evolução, com a energia solar fotovoltaica não é diferente. Por ser característica do potencial solar, a sua disponibilidade é apenas durante o dia, fazendo com que tenha um período restrito de uso e aproveitamento e, além disso, os fatores meteorológicos causam intermitência. Assim, quando ligado em grandes quantidades ao sistema elétrico, pode causar alguns impactos que precisam ser remediados. “Uma das principais opções utilizadas em alguns países é o uso de baterias em alguns lugares, para armazenar a energia quando tem excesso e sua utilização quando tem necessidade”, pontua Cari.
Aumento da potência energética
Em 2023, a energia solar foi responsável por 39,51% do crescimento da potência energética do Brasil. Cari relata que o principal benefício do aumento da potência energética através da energia solar é “diversificar a matriz energética”, ou seja, não depender apenas de fontes de energia fósseis, como, petróleo e gás, pois além de serem fontes não renováveis, poluem o meio ambiente.
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