Vacinas causam autismo? Existem substâncias tóxicas e metais pesados nelas? Quem é saudável precisa mesmo se vacinar? Para esclarecer algumas dessas dúvidas comuns da população, a União Pró-Vacina participou, na última semana, de uma ação para conscientizar moradores de Guatapará (a 65 km de Ribeirão Preto) sobre os cuidados com doenças crônicas e a importância da imunização.
A iniciativa foi promovida pelo Projeto Migrar, entidade social ligada à Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP que leva conhecimento em saúde a cidades da região de Ribeirão Preto, em parceria com as secretarias municipais de saúde.
Integrantes da União Pró-Vacina conversaram com os moradores e distribuíram panfletos informativos explicando conceitos sobre imunização e a importância do procedimento para combater doenças como sarampo, difteria, caxumba e gripe. O grupo também realizou dinâmicas envolvendo um dado que continha mitos e verdades sobre as vacinas, construído pelo Migrar.
“O fato de algumas dessas doenças não serem mais comuns leva a um comportamento de negligência. Muitas pessoas admitiram que se esquecem de se vacinar. Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), antes da disponibilização da vacina, o sarampo tinha distribuição universal na infância. Praticamente 90% das pessoas suscetíveis adquiriam a doença até os 15 anos, o que mostra o risco de contágio da doença. Por isso, é preciso lembrar, principalmente aos mais jovens, como a imunização é importante”, afirma o integrante da União Pró-Vacina e da Vidya Academics, Wasim Syed.
Além de obter informações sobre as principais vacinas e se conscientizarem sobre o risco da disseminação de notícias falsas sobre esse tema, os moradores também compartilharam relatos de infância sobre as doenças.
“Uma senhora contou que, quando jovem, sua mãe colocou um irmão com sarampo no mesmo quarto em que ela e outras crianças estavam, como forma de imunizar pela indução da doença. A crença de que crianças que haviam adoecido estariam imunes para sempre era bastante disseminada entre as pessoas. Apesar de parcialmente verídica, a prática é muito insegura: de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, uma em cada mil crianças estadunidenses morre ao contrair a doença. Se as crianças estiverem em condições precárias de saúde, a chance pode ser ainda maior”, explica Wasim.
Sobre a União Pró-Vacina
A União Pró-Vacina é uma iniciativa organizada pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo Ribeirão Preto da USP em parceria com o Centro de Terapia Celular (CTC), o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), os projetos de divulgação científica Ilha do Conhecimento e Vidya Academics, e o Gaming Club da FEA-RP.
O objetivo é unir instituições acadêmicas e de pesquisa, poder público, institutos e órgãos da sociedade civil para combater a desinformação sobre vacinas, planejando e coordenando atividades conjuntas durante todo o ano de 2020, explorando as potencialidades de cada instituição participante.
Entre as ações que serão realizadas estão: produção de material informativo; intervenções em escolas, espaços públicos e centros de saúde; eventos expositivos; combate às informações falsas e desenvolvimento de games.
Instituições, grupos e associações interessados em integrar a iniciativa e colaborar com os projetos podem entrar em contato pelo e-mail iearp@usp.br.