“Será que caçoar, zombar ou ridicularizar seria uma resposta mais eficaz do que a nossa indignação e crescente exasperação com os acontecimentos?”, indaga a professora Marília Fiorillo ao chamar de paródia o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nesta semana, em Hanói, no Vietnã – um encontro que foi sem nunca ter sido, já que fracassou antes mesmo de começar. “As tratativas com a Coreia do Norte se revelaram novamente como uma comédia ou uma peça de marketing do estilo morde e assopra, principalmente porque, vale ressaltar, não se tem a mínima noção do que é o arsenal nuclear coreano.”
Enquanto isso, assiste-se ao agravamento da crise do acordo nuclear com o Irã, a qual já levou ao pedido de demissão do ministro iraniano de Relações Exteriores, gesto que apenas aumentou o clima de tensão interna entre aqueles que se opõem e os que são favoráveis ao cumprimento do acordo, que o próprio Trump não ratificou, frustrando expectativas. “Neste sentido”, observa a colunista, “Donald e a linha dura iraniana estão perfeitamente de acordo”, para alegria da Arábia Saudita e desespero da população iraniana, obrigada a conviver com uma economia em crise. Para Marília, quando se trata do absurdo contemporâneo, rir é o melhor negócio.