Segundo a ONU, o Brasil é um dos dez países que mais sofreram na última década com questões relacionadas ao clima. Um dos problemas frequentes é o deslizamento de terra. Em várias cidades do País, não é incomum a presença de ocupações que foram construídas de forma irregular e correm risco de escorregamento. Alex Abiko, engenheiro civil e professor da Escola Politécnica da USP, e a geóloga Alessandra Cristina Corsi, que trabalha na seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), falaram sobre um projeto, parceria da USP com a Universidade de Edimburgo, a Heriot-Watt University, ambas escocesas, e a Universidade Nacional da Colômbia, que envolve moradores das comunidade para diminuir os riscos de deslizamento.
O professor Abiko conta que o projeto teve início em Medellín, cidade colombiana. O objetivo da pesquisa era analisar e verificar a possibilidade de adotar medidas que evitassem os deslizamentos e entender melhor como é que eles acontecem, principalmente nos assentamentos informais. Após um ano de pesquisa, houve o interesse de espalhar a ideia para outras cidades latino-americanas, como São Paulo. O prazo é de um ano para que a pesquisa seja realizada na cidade e preparado um modelo de gestão de riscos.
Alessandra Corsi explica o papel importante do IPT no projeto. Primeiro, os técnicos da prefeitura indicam quais são as áreas de situação preocupante. O IPT faz um sobrevoo dessas áreas, atualmente com drones, o que permite obter a situação em tempo real desses locais. Com base no material fotográfico, os pesquisadores do IPT vão a campo, observando parâmetros geológicos e geotécnicos. Após isso, é estabelecido o grau de risco de deslizamento, que vai de muito alto a baixo. A prefeitura recebe todo o material e então é decidido como será feita a intervenção na área.
Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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