As medidas protecionistas adotadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, vão impactar diretamente nas exportações de produtos de vários países para os Estados Unidos. No caso brasileiro, a sobretaxa de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio exportados para aquele país pode trazer danos ao setor siderúrgico.
Mas, adotando a política da reciprocidade, muitos países vão retaliar os Estados Unidos. A China é um deles. E, com isso, o Brasil pode ganhar. A imprensa e analistas econômicos chineses entendem que produtos agrícolas brasileiros, principalmente a soja, podem ser os grandes beneficiados. Como se não bastasse, na próxima safra o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o maior produtor mundial de soja.
Quem explica por que o Brasil pode sair ganhando na exportação de soja com o protecionismo de Trump é o professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP.
Para ele, a China estuda deixar de importar a soja norte-americana como retaliação e dessa forma vai desestabilizar o mercado e elevar os preços da commodity, e o Brasil, com estoque do produto e aumento da produção prevista para a próxima safra, se torna o principal fornecedor.
Por Ferraz Junior