Com o avanço da febre amarela no Estado de São Paulo, a estratégia de vacinação teve que ser aperfeiçoada. Depois de estudo feito por pesquisadores da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o governo começou a antecipar-se à propagação do vírus. Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) e professor da Faculdade de Medicina (FM) da USP, conta que esse método, conhecido como corredores ecológicos, vem sendo utilizado há algum tempo e que, se não fosse isso, a situação estaria muito pior. Essa estratégia fez com que a região de Mairiporã, por exemplo, um dos lugares mais atingidos pela doença, começasse a receber vacinação já em agosto do ano passado. Agora, o foco é o litoral paulista.
A identificação das áreas onde a doença vai avançar é feita através da observação das mortes dos macacos em determinadas regiões. Assim, mapeia-se os possíveis caminhos que ela vai percorrer. O professor conta que um dos problemas enfrentados é o receio da população em relação ao tipo de vacina, mas os números mostram o baixo risco de reação. De acordo com o especialista, 10% das pessoas que adquirem a doença sofrem com casos mais graves. Enquanto isso, apenas uma em cada 600 mil pessoas apresenta complicações por causa da imunização. É importante, então, que a população litorânea se vacine para que não sofra muito com as consequências que estão por vir.
Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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