O novo centro de estudos da USP, o Centro de Pesquisa e Inovação em Clima e Sustentabilidade (USPproClima) receberá investimento da ordem de R$ 5 milhões nos próximos cinco anos da empresa Ambipar, empresa multinacional brasileira na área de soluções ambientais. A Ambipar também apoiará a USP no desenvolvimento de iniciativas de descarbonização para que a Universidade receba a certificação “carbono neutro” até o final de 2025 – tornando-se uma das primeiras universidades no mundo com este título.
O anúncio foi feito na cerimônia de lançamento oficial do centro, realizada durante o seminário internacional promovido pela GreenMetrics, no dia 12 de dezembro, na Sala do Conselho Universitário, no prédio da Reitoria, em São Paulo.
A criação do novo centro foi aprovada pelo Conselho Universitário na sessão realizada no último dia 10. O USPproClima atuará com pesquisas voltadas para mudanças climáticas e emergência ambiental. Ligado diretamente à Reitoria, terá cinco áreas de pesquisas: gerenciamento de carbono e soluções baseadas na natureza, prevenção de desastres, ESG (sigla em inglês para environmental, social and governance, que representa a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa), economia circular, além de gestão de resíduos sólidos e geração de energia renovável. Entre as tecnologias utilizadas estão a energia fotovoltaica e o biodigestor, sistema inovador que transforma resíduo orgânico em energia, licenciado para operação pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
“Vamos atuar em linhas de trabalho voltadas para a pesquisa, a inovação e a difusão. Vamos trabalhar com sistemas de comércio de carbono com a questão da emissão dos títulos verdes, o CPR Verde [Cédula de Produto Rural], a tecnologia para captura e para a redução das emissões, entre outros temas. Outro foco é a prevenção de desastres, o trabalho em mitigação e adaptação e a construção de resiliência, algo tão importante no nosso contexto de eventos extremos, que estão sendo cada vez mais recorrentes não só no Brasil, mas também em outros países”, destacou a superintendente de Gestão Ambiental e coordenadora do centro, Patrícia Iglecias.
Segundo Patrícia, “A USP já vem trabalhando bastante na mudança de sua matriz energética. Estamos avançando muito com a questão da energia fotovoltaica e queremos avançar ainda mais em outros temas, como o biodigestor, um trabalho coordenado pelo professor Ildo Sauer, do Instituto de Energia e Ambiente, e que, de fato, é inovador, pois transforma resíduo orgânico em energia. É a primeira operação licenciada pela Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] com a utilização dessa tecnologia”.
O Programa USPSusten, criado em 2022 com a proposta de gerar conhecimento para a construção de sociedades sustentáveis, a conservação do meio ambiente e a formação de recursos humanos comprometidos com tais objetivos, passará a fazer parte do novo centro.
O presidente global de operações da Ambipar, Roberto Azevêdo, considerou que “se quisermos efetivamente ter um impacto na agenda climática ambiental, precisamos somar esforços. Sem esse esforço coordenado, não vamos conseguir o impacto que queremos. A Ambipar tem a perfeita consciência dessa necessidade de somar forças e, por isso, estamos juntos nesse projeto, desenvolvendo tecnologias inovadoras que vão permitir que esse impacto na agenda climática ambiental aconteça de maneira que alcance resultados e que seja inspiradora”.O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, falou sobre os esforços que a Universidade tem feito nas áreas de inovação e sustentabilidade. O reitor citou que o USPproClima é o nono centro de estudos criados desde o início de sua gestão. “São nove centros temáticos, interdisciplinares, que estudam temas que sejam relevantes e formam a massa crítica de pesquisadores para ampliarmos a nossa capacidade de dar respostas para a sociedade. Queremos, com esses centros, aumentar a capacidade da Universidade para resolver problemas que ainda não têm soluções”, disse.
O USPproClima soma-se ao rol de centros Amazônia Sustentável (Ceas), Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon), Agricultura Tropical Sustentável (Stac), Gases de Efeito Estufa (RCGI), Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO), Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas (CIAAM), Observatório das Instituições Brasileiras (COI) e USP-China.