Universidades públicas de São Paulo avançam no mapeamento da equidade na ciência

Projeto é uma iniciativa do fórum que reúne vice-reitoras e outras gestoras com o objetivo de propor ações e discutir a questão de gênero na academia

 13/12/2024 - Publicado há 1 mês     Atualizado: 16/12/2024 às 16:51
Por
Uma sala de reuniões, com mesa de madeira e sete pessoas sentadas ao redor, sendo seis mulheres e um homem.
A reunião foi realizada na Reitoria da USP com a participação de vice-reitoras e gestoras de universidades públicas de São Paulo. O objetivo é discutir questões relacionadas à equidade de gênero no ambiente acadêmico – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

No dia 12 de dezembro, ocorreu o último encontro do ano do grupo de vice-reitoras e gestoras de universidades públicas de São Paulo. Desde 2022, elas têm debatido questões de gênero, diversidade e equidade na administração acadêmica. 

Entre os resultados do fórum, destaca-se o Índex Paulista da Igualdade de Gênero nas Carreiras Científicas, uma plataforma alimentada com informações fornecidas pelas entidades sobre seus servidores docentes e técnico-administrativos. Essas informações são tratadas pela programação do software, gerando painéis visuais interativos e relatórios sobre diferentes cenários e aspectos. 

Desenvolvida pelo Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida) da USP, a ferramenta contou com a colaboração de representantes e profissionais técnicos das universidades parceiras, desde a concepção do sistema até sua alimentação, em um esforço coletivo. As consultas podem ser feitas em diferentes recortes e visualizadas tanto de forma geral como separadas por instituição. Entre as métricas utilizadas, há o levantamento, por exemplo, das pessoas em cargos de direção e chefia, ou coordenação de projetos de extensão. 

No encontro, as participantes conheceram a versão inicial da plataforma, apresentada por André Serradas e Isabella Kuo, do Egida, e Rodrigo Amaral, da vice-reitoria da USP. Eles esclareceram o processo de desenvolvimento, com destaque para a definição de critérios, recortes temporais e indicadores mais representativos dentre aqueles que estão disponíveis. Também foram explicados alguns dos maiores desafios encontrados, tais como a padronização de campos para elementos vindos de instituições com estruturas funcionais variadas, como é o caso das diferenças encontradas entre as universidades estaduais e as federais nos quesitos de carreira. 

Sala de reunião com pessoas ao redor de uma mesa de madeira e olhando para uma grande TV que exibe gráficos
André Serradas e Isabella Kuo, do Egida, e Rodrigo Amaral, da vice-reitoria da USP, apresentaram o trabalho de coleta de informações sobre gênero nas universidades parceiras e como ocorre o tratamento dos dados – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O objetivo agora é que as equipes técnicas façam novas reuniões ao longo de 2025 para os ajustes necessários e o aprimoramento do tratamento dos dados, tendo em vista um lançamento oficial e a disponibilização pública. Além disso, o grupo planeja um evento no mês de março, considerado o mês da mulher, para um debate mais amplo sobre os panoramas encontrados com esta ação. 

A reunião foi coordenada pela vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, que destacou a repercussão que a iniciativa vem tendo: “Neste último encontro de 2024, é muito significativo constatar como avançamos e, mais do que isso, como já vemos outras propostas com objetivos convergentes com os nossos, como é o caso da Rede Equidade, que reúne várias universidades para elaborar ações estratégicas, realizar pesquisas, melhorar diagnósticos e estruturar políticas. Isso mostra um efeito positivo a respeito das discussões que temos divulgado”. Além disso, Maria Arminda reforçou que, apesar dos avanços, as mulheres continuam enfrentando desafios significativos na carreira acadêmica, especialmente porque momentos cruciais do trabalho frequentemente coincidem com as demandas impostas pela maternidade. Além disso, segundo ela, as estatísticas comprovam uma série de situações em que pesquisadoras do gênero feminino ficam em segundo plano na obtenção de bolsas ou avaliações de projetos por parte de agências de fomento. 

Também participaram do encontro as vice-reitoras da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Maria Luiza Moretti; da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Lia Rita Azeredo Bittencourt; da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria de Jesus Dutra dos Reis; e da Universidade Federal do ABC (UFABC), Mônica Schröder. Com elas, a pró-reitora adjunta de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UFABC, Maria Isabel Mesquita Vendramini Delcolli; a assessora da Coordenadoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Ana Maria Klein; e a assessora do Gabinete da Unicamp, Silviane Duarte Rodrigues.

Pessoa de lado olhando para uma tela de computador, que apresenta logos de universidades públicas de São Paulo e textos informativos
A nova plataforma, batizada de Índex Paulista da Igualdade de Gênero nas Carreiras Científicas, vai disponibilizar informações e gráficos interativos a respeito da participação das mulheres em diferentes aspectos da vida acadêmica – Foto: Arte sobre print da plataforma e foto de Cecília Bastos

Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.