O avanço da febre amarela é um tema que vem preocupando as autoridades da área sanitária. O fenômeno, segundo Paulo Saldiva, já havia sido observado nos casos da zika, da dengue e da chikungunya, que aumentaram não só em intensidade, mas também em áreas de localização geográfica. Isso pode ser atribuído ao regime de chuvas e ao aquecimento das cidades. O mesmo vem ocorrendo com a febre amarela silvestre. A área ocupada pela moléstia aumenta e caminha em direção ao sul e em direção ao leste, deixando de ser restrita ao centro- oeste.
A febre amarela, diz Saldiva, existia em São Paulo na região noroeste do Estado, mas sem constituir risco. Agora, no entanto, está cada vez mais próxima. E isso, de acordo com ele, mostra claramente o que as mudanças climáticas já estão fazendo: “Doenças que eram de regiões tropicais passaram a atingir regiões subtropicais e temperadas, voltando então a um quadro que tínhamos no início do século, quando a febre amarela era conhecida como a febre do Brasil”.