Aberje e USP se unem para o desenvolvimento da comunicação

Por Paulo Nassar, professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje)

 18/04/2023 - Publicado há 1 ano
Paulo Nassar – Foto: ECA/Reprodução

 

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) foi fundada há 56 anos com o objetivo de promover a profissionalização e o desenvolvimento da comunicação nas empresas e instituições. Nossa missão essencial sempre foi disseminar o conhecimento e, por esse motivo, desde o início nos definimos e agimos como uma associação profissional e científica. Hoje, a Aberje é um think tank de referência global.

Esse lastro científico se encontra em alguns marcos da história e memória da Aberje, como a publicação da primeira pesquisa científica sobre comunicação empresarial, produzida na 1ª Convenção da Aberje e publicada na Revista de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, em 1968.

Outro exemplo deste lastro é a realização, em conjunto com a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, do seminário Jornalismo Empresarial e do 1º Curso de Aperfeiçoamento em Comunicação Empresarial, em 1985, e que teve, em seu corpo docente, respeitados especialistas formados nesta Universidade.

Os exemplos são vários, como o estabelecimento do Núcleo de Pesquisas Aberje, que fornece regularmente pesquisas ao mercado e às universidades desde 2001, e que vem consolidando também um departamento de pesquisas e análises econômicas da comunicação; o Centro de Memória e Referência, maior sistema especializado em comunicação corporativa, fundado em 2006; o envio de publicações especializadas da Editora Aberje às bibliotecas das universidades públicas e privadas do País; a oferta de cursos internacionais com universidades de renome global desde 2009; e o oferecimento de um MBA em Gestão da Comunicação Empresarial, desde 2011 – hoje realizado em parceria com a FGV.

A USP sempre foi parte da trajetória da Aberje, pois é pioneira na formação dos grandes pensadores do campo da comunicação no País. E a Aberje sempre foi parte da história da USP, sendo considerada por importantes autores do campo científico como o “embrião da comunicação organizacional brasileira”. Agora, com a assinatura do termo de parceria entre Aberje e USP, em 17 de abril de 2023, este laço se expande também para os servidores técnicos e administrativos da Universidade que atuam nas áreas de comunicação. A Escola Aberje de Comunicação passa a ser uma aliada dos esforços de profissionalização da comunicação da USP ao ofertar programas de capacitação em diversos temas da área, como gestão, mensuração, sustentabilidade, reputação, comunicação digital, comunicação pública e diversidade e inclusão. Essa parceria também demonstra a sensibilidade que o reitor da Universidade, prof. dr. Carlos Gilberto Carlotti Junior, e a vice-reitora, profa. dra. Maria Arminda do Nascimento Arruda, vêm tendo com a comunicação, assim como a Superintendência de Comunicação Social, liderada pelo prof. dr. Eugênio Bucci. Isso simboliza um avanço importante, pois a comunicação é propulsora de engajamento nos temas caros à sociedade. Tenho orgulho de poder contribuir para essa relação por ambas as partes por muitos anos, como professor universitário e como dirigente da Aberje.

A assinatura deste convênio é a coroação de um relacionamento que possui profundos reflexos no mercado, na profissionalização e no pensar do campo da comunicação. A Aberje reconhece distintamente o empenho de profissionalização da comunicação da USP e se coloca como apoiadora desse movimento, que impulsiona a pesquisa, a cultura e a extensão, pilares que norteiam a nossa Universidade pública.

Os desafios que temos hoje giram em torno de encontrar soluções, estabelecer pontes e promover a inovação em temas como a sustentabilidade, inclusão, diversidade e o desenvolvimento do País. Temas que possuem uma necessidade imprescindível de boa comunicação. A excelência só pode ser atingida a partir do estabelecimento de uma relação harmoniosa e frutífera entre pesquisa e prática. E tenho certeza de que neste contexto encontram-se aqui duas entidades de nível global, que primam por resultados baseados em valores comuns.

Por fim, é importante lembrar o que diz Alexis de Tocqueville, em seu principal livro, A Democracia na América (1835-1840): “Nos países democráticos, a ciência da associação é a ciência-mãe; o progresso de todas as outras depende dos progressos desta”. E, como ciência-mãe, a ação de associar-se nestes termos, de fortalecimento da democracia, a Aberje adotou esta afirmação como um de seus princípios fundamentais. Tocqueville também nos inspira à medida que, já no século 18, temia pelas ameaças à democracia e defendia o cultivo de uma imprensa livre, dos princípios do jornalismo e também da defesa da verdade. Itens que, desde sempre, são essenciais à boa comunicação e, consequentemente, à democracia.

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