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O Saúde sem Complicações desta semana entrevista o professor Valdes Roberto Bollela da Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
A meningite é uma inflamação no sistema nervoso central, no cérebro, explica o professor. “Bactérias, vírus e fungos passam pela meninge que é uma membrana que protege o cérebro, inflamação nesse sistema é grave, entretanto, tem casos que são bem perigosos e com risco de morte. Já as causadas por vírus podem ser menos graves”, diz o professor.
A Neisseria meningitidis é a bactéria mais conhecida que causa meningite e atinge, na maior parte dos casos, crianças. As pessoas podem ser portadoras da bactéria e transmiti-la e, em alguns casos, invadir a corrente sanguínea e assim atingir o sistema nervoso central, causando a doença. O professor explica que é mais comum em crianças, já que o sistema de defesa dos adultos é mais organizado.
Como a doença possui portadores, quando há sintomas é obrigatório informar a Vigilância Sanitária que vai tomar medidas para que não afete outras pessoas. Por exemplo, se o paciente for uma criança pode acontecer a vacinação direcionada para todos os que tiveram contato.
Dor de cabeça, náuseas, vômito e febre são alguns sintomas, entretanto a intensidade por variar e causar até crise convulsiva e confusão mental. “Ao senti-los o paciente precisa de uma avaliação clínica. O exame que confirma a doença é a punção do líquido espinhal, que identifica o tipo de célula encontrada, na viral é o linfócito, por exemplo.
Na forma viral, algumas vezes só é necessária a observação. Mas alguns tipos, que podem causar inflamação do cérebro, exigem tratamento específico. As bacterianas são tratadas com antibiótico.
O professor alerta que o uso de antibiótico deve acontece somente com prescrição médica para que não afete a resistência. “A doença tem tratamento e cura, com cerca de 10% de óbitos e até 40% de complicações como sequelas que podem causar atraso do desenvolvimento, perda de movimento e de audição”.
Por: Giovanna Grepi