Pandemia em São Paulo: transmissão aumenta, mas casos graves diminuem

Apesar de aumento no número de infecções, média de mortes e internações em UTI diminuiu, graças à vacinação, segundo dados do “Boletim Epidemiológico USP-Covid” desta semana

 11/05/2022 - Publicado há 2 anos
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Os dados da semana epidemiológica mais recente (1 a 7 de maio) revelam um pequeno aumento no número de novos casos e internações por covid-19 no Estado de São Paulo; porém, com redução na média diária de mortes — um cenário que, segundo especialistas, é reflexo de um aumento na transmissão do vírus e da eficácia da vacinação contra a doença na população paulista. Apesar do aumento no número de pessoas infectadas, a maioria dos casos é de doença leve, e por isso o número de óbitos permanece em queda, assim como o de internações em UTI. O aumento se deu apenas nas internações em leitos de enfermaria, que referem-se aos casos mais leves da doença.

Os números estão detalhados no Boletim Epidemiológico USP-Covid desta semana, que é baseado em dados oficiais compilados pelo Comitê Científico que assessora o governo do Estado no enfrentamento da pandemia. A média de mortes por covid-19 no período analisado ficou em 17 óbitos/dia, 48% menor do que na semana epidemiológica anterior. A média diária de novos casos foi 24,5% maior, e a de internações (incluindo enfermaria e UTI) aumentou 4,5%.

A vacinação é o ponto-chave para continuar reduzindo o número de mortes e casos graves. Mais de 93% da população acima de 5 anos de idade do Estado já está com esquema vacinal completo, incluindo 55% das crianças com até 11 anos. Cerca de 70% dos adultos já tomaram a dose de reforço, que é fortemente indicada como uma camada extra de proteção contra a doença, segundo especialistas. A subvariante ômicron BA.2 passou a predominar no Estado nas últimas semanas, em substituição à ômicron BA.1, que causou o surto do início deste ano.

“O vírus continua circulando e houve um discreto aumento na transmissão, com consequente aumento de casos sintomáticos leves, porém sem impacto nas internações e óbitos, devido à proteção da alta cobertura vacinal”, diz o médico epidemiologista Paulo Rossi Menezes, professor da Faculdade de Medicina da USP, que integra as comissões sobre covid-19 do Estado e da universidade. “É preciso continuar o monitoramento e manter medidas de proteção vigentes.”

Diante do aumento na transmissão do vírus, a Comissão Assessora de Saúde da USP optou por manter, por enquanto, a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados da universidade. As máscaras também seguem obrigatórias no transporte público e nos serviços de saúde, por determinação do Estado. Em ambientes abertos o uso não é obrigatório, mas recomendado, sempre que houver aglomeração de pessoas.

O Boletim Epidemiológico USP-Covid é publicado toda quarta-feira. Mais informações no site USP Retorno Seguro: https://retornoseguro.usp.br.


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