CineGenoma debate importância dos testes de DNA a partir do filme “Mães Paralelas”

Em live com especialistas, o grupo GenomaUSP promove discussão sobre biologia forense e testes de DNA de identificação pessoal a partir do enredo do filme

 21/03/2022 - Publicado há 2 anos
Cena do filme Mães Paralelas, que coloca em debate testes de DNA para identificação de pessoas – Foto: Reprodução/Sony Pictures

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No mês de fevereiro deste ano foi finalizada, após 29 anos de trabalho, a identificação dos corpos da Vala de Perus, cemitério clandestino utilizado durante a Ditadura Militar no Brasil. A vala foi descoberta em setembro de 1990, onde foram encontrados 1.049 sacos contendo ossos de indigentes, pobres e desaparecidos políticos mortos pelo regime. Desde então, foram décadas de esforço para identificar os 40 indivíduos enterrados no local.

No filme Mães Paralelas, do diretor espanhol Pedro Almodóvar, a protagonista Janis, interpretada por Penélope Cruz, vive algo bastante similar. Ela luta pela abertura da vala pública em que seu avô e outros habitantes de seu vilarejo foram enterrados após serem mortos a comando do ditador Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola. Seu desejo, assim como das outras famílias dos desaparecidos, era dar enfim um enterro digno ao seu parente.

Janis está pronta para criar sua futura filha como mãe solo, assim como fora criada por sua avó. Ainda no hospital, aguardando para dar à luz, Janis conhece Ana, interpretada por Milena Smit, que também aguarda para ter seu bebê. Durante esse período tão delicado e marcante de suas vidas, as duas compartilham suas angústias e anseios e constroem uma relação de cumplicidade.

Ao longo da trama, Janis suspeita não ser a mãe biológica de sua filha e recorre a um teste de DNA. A angústia vivida pela personagem durante todo o processo de decisão de fazer o teste e da espera do resultado é retratada de forma muito sensível e realista. Mães Paralelas, filme disponível na plataforma Netflix, é o ponto de partida perfeito para a discussão acerca dos testes de DNA e da identificação de ossadas, feita através de genética forense. Como um teste de DNA pode ajudar na identificação de pessoas? Quais são os impactos psicológicos e sociais que um teste de DNA pode ter? Como a biologia molecular e a bioantropologia forense podem contribuir para uma reparação histórica?

A discussão estará presente na 11ª edição do CineGenoma, evento que une informação e entretenimento para promover debates sobre a ciência na sociedade, além de fomentar o uso de filmes como material didático por professores. Durante o programa, é possível enviar perguntas aos convidados: Cintia Fridman, professora de genética no Departamento de Medicina Legal da Faculdade de Medicina da USP; Claudia Regina Plens, professora do Departamento de História e de Pós-Graduação em História da Unifesp; Amanda Magalhães, professora de colégio particular; e Sérgio Rizzo, jornalista, professor, crítico e curador de cinema. A mediação é de Thiago Alegria, biólogo e comunicador de ciência do GenomaUSP. Para quem não puder acompanhar o evento ao vivo, a live ficará disponível no canal do YouTube do GenomaUSP.

O evento é organizado pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, conhecido nas redes sociais como GenomaUSP. É a maior instituição de atendimento a pessoas com doenças genéticas da América Latina, além de ser um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid), financiado pela Fapesp. Realiza pesquisas em Genética Humana e Médica, mantém um serviço de aconselhamento e testes genéticos para a população e desenvolve atividades ligadas à educação, à difusão do conhecimento e à transferência de tecnologia.

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CineGenoma: Mães Paralelas
23 de março de 2022, quarta, às 20h
Transmissão ao vivo: youtube.com/genomaUSP (o vídeo fica disponível após o evento)

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Texto: Comunicação GenomaUSP

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