Tempestades em São Paulo retomam o tema do enterramento dos fios elétricos

Segundo Nabil Bonduki, a contribuição do cidadão para o enterramento dos fios elétricos deve ser proporcional ao valor do imóvel e cita, como exemplo, o IPTU, que tem um critério de progressividade na cobrança do imposto para não onerar o contribuinte

 09/11/2023 - Publicado há 6 meses

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Inúmeras áreas de São Paulo sofreram falta de energia elétrica esta semana e alguns bairros chegaram a ficar até quatro dias sem luz, devido a uma forte tempestade ocorrida no dia 3 de novembro, com ventos de até 100 km/h. Esse fenômeno tende a se repetir outras vezes em decorrência da emergência climática. Segundo o professor Nabil Bonduki, precisamos estar preparados para enfrentar essa situação, pois é inadmissível aproximadamente 500 mil pessoas ficarem, durante quatro dias, sem luz elétrica, arcando com todos os problemas decorrentes disso.

“São alimentos estragando na geladeira, impossibilidade de recarregar celular e, o mais grave, ressalta o professor, a falta de luz gerou a falta de água. “Muitos prédios dependem de energia elétrica para bombar a água para as caixas de água que ficam no topo dos prédios e precisariam de um gerador, que muitos prédios antigos não têm. O problema decorre do fato de 98% da fiação da rede elétrica de São Paulo ser aérea, fortemente impactada nas tempestades pelas árvores que, por sua vez, são importantes do ponto de vista ambiental, da paisagem urbana e da qualidade de vida.”

Para o professor, é preciso, por um lado, adotar um manejo mais correto da arborização urbana e, por outro, formular um plano de enterramento da fiação elétrica. Bonduki acredita que esse plano precisa definir as áreas prioritárias para o enterramento dos fios, na perspectiva de atender o maior número de pessoas num primeiro momento e, gradativamente, ir ampliando e cobrindo a cidade como um todo. Para financiar essa intervenção é fundamental que haja uma participação dos três níveis de governo: município, Estado, União e também da concessionária.

Bonduki sugere que, se houver alguma contribuição do cidadão para o enterramento dos fios elétricos, que seja proporcional ao valor do imóvel e cita, como exemplo, o IPTU, que tem um critério de progressividade na cobrança do imposto para não onerar o contribuinte.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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