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Sob o lema Plante Comida, não Plante Tabaco, o Dia Internacional sem Tabaco foi comemorado no último dia 31. Como representante da Sociedade Brasileira de Pediatria, João Paulo Lotufo participou de reunião comemorativa no Inca (Instituto Nacional do Câncer) e traz dados que dão a dimensão do alcance do tabaco no mundo, como, por exemplo, o de que Brasil, China e Índia são os maiores produtores do produto, respondendo com 55% da produção mundial. O Brasil tem mais de 350 mil hectares de terra plantada com tabaco, uma substância que não causa mal apenas para quem fuma, pois os plantadores estão sujeitos à doença da folha verde pelo excesso de uso de agrotóxicos. “Dos 1.823 casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil, 13% foram devido à cultura do tabaco e ocorrem principalmente em crianças, as quais não deveriam estar trabalhando nem nessa cultura nem em outras.”

Não bastasse isso, o cultivo do tabaco contribui com a insegurança alimentar, afetando mais de 1 milhão de crianças que trabalham na cultura do fumo. “O tabagismo afeta negativamente o desenvolvimento sustentável, desde o cultivo e o ato de fumar até a liberação das bitucas”, diz o colunista, que não se esquece do lado econômico da questão, já que um indivíduo pode chegar a gastar de 8% a 10% de seu salário para sustentar sua dependência de nicotina, cujo vício é responsável, segundo Lotufo, por 13% de todas as mortes no Brasil.

“A agenda 2030 da Organização Mundial da Saúde é um plano de ação para erradicação da pobreza no planeta. Inclui, entre todos os itens discutidos, o desenvolvimento sustentável, e o tabagismo afeta negativamente esse desenvolvimento sustentável, com desmatamento e problemas à saúde; fumaça em toda parte e a bituca que chega aos oceanos, e hoje o próprio cigarro eletrônico, que vai ser descartado e causar problemas […] o cigarro eletrônico influencia, através do marketing nojento da indústria, o uso precoce pelos jovens, criando uma nova população de dependentes de nicotina, verdadeiros fumantes que estão sendo enganados por uma indústria maléfica sem princípios, a mesma que enganou nossos avós ou pais, omitindo malefícios do cigarro e escondendo a possibilidade da nicotina causar dependências”, finaliza Lotufo.

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