Nesta coluna Horizontes do Jornalismo, Carlos Eduardo Lins da Silva comenta um fato ocorrido na última semana: jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio da Alvorada se retiraram de entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro após ele mandar repórteres ficarem quietos e estimular apoiadores a hostilizar os profissionais que lá estavam.
Para o colunista, é fundamental que os jornalistas façam a cobertura da Presidência da República, porque o presidente é a mais alta autoridade do País. No entanto, nos encontros diários que Bolsonaro promove com apoiadores, o presidente raramente vai além dos deboches, chacotas e agressões verbais. “Não creio que o jornalismo deva dar espaço a esse tipo de manifestação”, aponta Lins e Silva. Ele lembra que o presidente norte-americano, Donald Trump, faz algo semelhante e os veículos davam atenção ao que era dito. Mas, agora, muitos deixaram de cobrir as entrevistas diárias de Trump por julgarem não apresentar valor jornalístico.
Uma solução, na visão de Lins da Silva, seria a formação de um pool, com um ou dois jornalistas acompanhando o presidente Bolsonaro e, caso houvesse algo relevante, fariam um relato aos colegas para posterior informação à sociedade. Isso daria maior segurança aos jornalistas, pois evitaria a aglomeração que normalmente fazem, o que os coloca em risco de infecção com o coronavírus.
O colunista ainda comenta a iniciativa da organização Repórteres Sem Fronteiras, que vai oferecer apoio a jornalistas impactados pelo coronavírus, seja por serem perseguidos por autoridades ou por terem se infectado.
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Horizontes do Jornalismo.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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