Mais de 60% do financiamento ambiental vem do setor privado

Setor público atrai verba, por meio de política pública, e a direciona a ponto frágil da cidade, diz Júlio Barboza

 22/11/2019 - Publicado há 4 anos
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O Jornal da USP no Ar fez uma série de entrevistas sobre sustentabilidade urbana. Especialistas alertaram sobre efeitos devastadores dos eventos extremos, enquanto recomendaram adaptação na cidade de acordo com a natureza, além da necessidade de traçar estratégias de mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Fora a organização das iniciativas públicas, privadas e do terceiro setor, essas ações demandam grande investimento.

Júlio Barboza, pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, levanta algumas das formas de financiamento. Ele diz que, apesar do esgotamento dos investimentos públicos, o setor privado sustenta a maioria das verbas destinadas ao desenvolvimento sustentável. “Cerca de ⅔ são dessa origem”, indica. Quem atrai esse dinheiro é o setor público,  direcionando-o aos pontos frágeis da cidade por meio de políticas públicas. O terceiro setor é quem cobra os políticos.

Além dessa organização local, os desafios ambientais são globais. Logo, há investimentos e grandes acordos internacionais a respeito da causa. Na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU países desenvolvidos se comprometeram a destinar US$ 100 milhões por ano aos países em desenvolvimento. Existe também o Acordo de Paris, que cria diretrizes para redução da emissão de gases do efeito estufa.

Barboza explica que as nações mais pobres sofrem mais com as mudanças climáticas, já que normalmente estão na zona tropical. Em vista disso, correm riscos de amplitudes de temperaturas mais extremas e de grandes estiagens e secas. “Há uma sobreposição de vulnerabilidades sociais e ambientais”, alega. Então, a falta de capacidade técnica e infraestrutura tem de ser compensada com redistribuição dos recursos, ele defende.

O pesquisador do IEA mediará o painel Financiamento Climático: Desafios e Possibilidades. Mariana Xavier Nicolletti, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), discutirá o engajamento das empresas e de estratégias na luta contra os desastres ambientais. Marina Kaetano falará da integração intermunicipal em defesa do meio ambiente, e da ação da Fundação Konrad Adenauer, onde trabalha. E Ana Carolina Câmara, da G I Z, a Agência Alemã de Cooperação Internacional, discorrerá  sobre as alternativas das pequenas cidades nesse cenário. O evento, na segunda-feira (25), será transmitido ao vivo.

Ouça a entrevista na íntegra no player acima. 


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