Avanço das “dark kitchens” exige regulamentação por parte da Prefeitura

Embora possibilitem negócios importantes para a capital paulista, as chamadas “cozinhas fantasmas” têm causado uma série de transtornos para moradores de áreas residenciais em São Paulo

 07/04/2022 - Publicado há 2 anos
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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta sobre a necessidade da regularização das chamadas dark kitchens, um tipo de empreendimento profissional de cozinha em escala industrial, criado para a preparação de refeições apenas para entrega.

De acordo com o professor, as cozinhas fantasmas são espaços concentrados que contém dezenas de cozinhas industriais, nas quais equipamentos como, por exemplo, exaustores “geram barulho e fumaça até altas horas da madrugada”. Os locais têm causado uma série de transtornos para moradores de áreas residenciais em São Paulo.

“O problema é que elas têm sido instaladas em bairros de uso misto, nos quais predomina o uso residencial. Mas, como o licenciamento é feito individualmente, primeiro se licencia o edifício como um espaço de coworking e depois cada uma das cozinhas passa a agir sem licenciamento individual”, esclarece Bonduki.

Para ele, em vista das ações no Judiciário, que surgem da tentativa de embargar a instalação das cozinhas, “é fundamental que se debatam os impactos e as consequências do delivery por aplicativo e, portanto, também das dark kitchens em nossa cidade”. Embora o urbanista reconheça que a atividade de trabalho seja importante para a vida urbana, a regulamentação dos espaços se mostra essencial.

“Não se trata, obviamente, de proibir as atividades, mas não devemos estimulá-las, permitindo que elas se implantem em qualquer lugar e a qualquer custo, gerando impactos que não são desejáveis para a cidade”, finaliza.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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