Os sensores são dispositivos capazes de detectar e responder com eficiência a algum estímulo, como calor, pressão, movimento e luz. Eles representam a mais nova revolução tecnológica, principalmente pela sua popularização e uso em diversas áreas, como na agricultura, medicina, celulares, reconhecimento facial, wi-fi, estradas, entre muitos outras. Mas o que é e como funciona um sensor?
O sensor é, geralmente, um dispositivo eletrônico que sente e detecta informações do ambiente, passadas a partir de algum estímulo. Essas informações, mais tarde, são convertidas e interpretadas por outros dispositivos. Um exemplo são as portas do metrô que, ao perceber que alguém ainda está parado à porta, não fecha.
“Esse sensor pode usar a frequência de luz. Então vai ter duas partes [do sensor], uma de cada lado da porta, que vão estar emitindo esse feixe de luz. Se tiver alguém, não vai chegar do outro lado o feixe de luz”, explica a professora Cíntia Borges Margi, do Departamento de Engenharia da Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP.
Aplicações
Os sensores estão presentes no nosso cotidiano e muitos são ligados à área médica, como os sensores de oxigênio e os de frequência cardíaca. Também existem aqueles sensores capazes de monitorar o ambiente, como os que medem a umidade do solo de uma plantação, que avisa o dispositivo responsável pela irrigação que ele não precisa ser ligado.
“Isso é importante também porque entra na questão da sustentabilidade. Se eu tenho um melhor controle da quantidade de água no solo, eu não estou dispersando os nutrientes dele, nem atrapalhando o processo de crescimento da planta. Mas também não estou desperdiçando esse recurso hídrico, regando mais do que precisa”, conta Cíntia.
A tecnologia tem um alcance enorme. Hoje, os carros autônomos só são uma realidade por conta da quantidade de sensores presentes: acústico, elétrico, de movimento, os que são capazes de detectar objetos ao redor e até mesmo a câmera.
“Um projeto que a gente está desenvolvendo no nosso laboratório é justamente usar a comunicação, por exemplo, o rádio, como um sensor”, diz Cíntia. A ideia é usar sinais eletromagnéticos, emitidos pelo rádio, entre dois objetos. “Quando um objeto passa, ele gera uma interferência, e eu sou capaz de analisar esse sinal e identificar que houve um objeto passando e usar essa informação para várias coisas”, ela explica. Essa tecnologia pode ser usada também para monitorar ambientes internos.
“A gente está mudando e ampliando a maneira de enxergar esses sensores, pensando nesses objetos, nesses dispositivos eletrônicos que a gente já tem no nosso cotidiano e como é que a gente pode usá-los para obter essas informações do meio e melhorar o nosso bem-estar”, lembra Cíntia.
Benefícios
Melhores serviços, otimização do trabalho, sustentabilidade e promoção de bem-estar são todos benefícios trazidos pelo uso de sensores. “A tecnologia tem que vir para nos ajudar, nos facilitar a vida, digamos assim. Com certeza ela tem que ser um aliado para que a gente tenha uma melhor qualidade de vida”, diz.
Por exemplo, o monitoramento das câmeras de tráfego é um trabalho muito desgastante, que pode ser facilitado pelo uso dos sensores, que geram alarmes que avisam quando há uma movimentação diferente. Isso acaba otimizando e melhorando o trabalho.
“Eu não vejo como substituindo o ser humano, eu vejo como ajudando”, diz a professora. Eles, na verdade, têm que servir como auxiliares de tarefas cotidianas, principalmente no trabalho. Em sua análise, os sensores não vão substituir o trabalho humano: “Esses dados que a gente coleta com sensores têm que ser analisados e interpretados por alguém que conheça o assunto. A tecnologia é sempre um aliado para aliviar no trabalho mecânico e permitir que a gente faça um trabalho criativo”, diz Cíntia. “Eu acho que na criatividade a gente sempre vai ser melhor”, finaliza a professora.
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