A tecnologia como aliada nas atividades cotidianas pode aumentar o bem-estar social

O uso de sensores é amplo e cresce cada vez mais, mas não substituirá o ser humano, embora possa auxiliá-lo nas mais diversas atividades do dia a dia, diz Cíntia Borges

 31/03/2023 - Publicado há 2 anos
O sensor é um dispositivo eletrônico que sente e detecta informações do ambiente – Foto: Victor Takekawa
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Os sensores são dispositivos capazes de detectar e responder com eficiência a algum estímulo, como calor, pressão, movimento e luz. Eles representam a mais nova revolução tecnológica, principalmente pela sua popularização e uso em diversas áreas, como na agricultura, medicina, celulares, reconhecimento facial, wi-fi, estradas, entre muitos outras. Mas o que é e como funciona um sensor?

O sensor é, geralmente, um dispositivo eletrônico que sente e detecta informações do ambiente, passadas a partir de algum estímulo. Essas informações, mais tarde, são convertidas e interpretadas por outros dispositivos.  Um exemplo são as portas do metrô que, ao perceber que alguém ainda está parado à porta, não fecha. 

“Esse sensor pode usar a frequência de luz. Então vai ter duas partes [do sensor], uma de cada lado da porta, que vão estar emitindo esse feixe de luz. Se tiver alguém, não vai chegar do outro lado o feixe de luz”, explica a professora Cíntia Borges Margi, do Departamento de Engenharia da Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP.

Aplicações 

Os sensores estão presentes no nosso cotidiano e muitos são ligados à área médica, como os sensores de oxigênio e os de frequência cardíaca. Também existem aqueles sensores capazes de monitorar o ambiente, como os que medem a umidade do solo de uma plantação, que avisa o dispositivo responsável pela irrigação que ele não precisa ser ligado. 

Cíntia Borges Margi – Foto: POLI

“Isso é importante também porque entra na questão da sustentabilidade. Se eu tenho um melhor controle da quantidade de água no solo, eu não estou dispersando os nutrientes dele, nem atrapalhando o processo de crescimento da planta. Mas também não estou desperdiçando esse recurso hídrico, regando mais do que precisa”, conta Cíntia. 

A tecnologia tem um alcance enorme. Hoje, os carros autônomos só são uma realidade por conta da quantidade de sensores presentes: acústico, elétrico, de movimento, os que são capazes de detectar objetos ao redor e até mesmo a câmera. 

“Um projeto que a gente está desenvolvendo no nosso laboratório é justamente usar a comunicação, por exemplo, o rádio, como um sensor”, diz Cíntia. A ideia é usar sinais eletromagnéticos, emitidos pelo rádio, entre dois objetos. “Quando um objeto passa, ele gera uma interferência, e eu sou capaz de analisar esse sinal e identificar que houve um objeto passando e usar essa informação para várias coisas”, ela explica. Essa tecnologia pode ser usada também para monitorar ambientes internos. 

“A gente está mudando e ampliando a maneira de enxergar esses sensores, pensando nesses objetos, nesses dispositivos eletrônicos que a gente já tem no nosso cotidiano e como é que a gente pode usá-los para obter essas informações do meio e melhorar o nosso bem-estar”, lembra Cíntia. 

Benefícios

Melhores serviços, otimização do trabalho, sustentabilidade e promoção de bem-estar são todos benefícios trazidos pelo uso de sensores. “A tecnologia tem que vir para nos ajudar, nos facilitar a vida, digamos assim. Com certeza ela tem que ser um aliado para que a gente tenha uma melhor qualidade de vida”, diz. 

Por exemplo, o monitoramento das câmeras de tráfego é um trabalho muito desgastante, que pode ser facilitado pelo uso dos sensores, que geram alarmes que avisam quando há uma movimentação diferente. Isso acaba otimizando e melhorando o trabalho.  

“Eu não vejo como substituindo o ser humano, eu vejo como ajudando”, diz a professora. Eles, na verdade, têm que servir como auxiliares de tarefas cotidianas, principalmente no trabalho. Em sua análise, os sensores não vão substituir o trabalho humano: “Esses dados que a gente coleta com sensores têm que ser analisados e interpretados por alguém que conheça o assunto. A tecnologia é sempre um aliado para aliviar no trabalho mecânico e permitir que a gente faça um trabalho criativo”, diz Cíntia. “Eu acho que na criatividade a gente sempre vai ser melhor”, finaliza a professora.


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