Samba de terreiro em Mauá resiste e se mantém na luta contra as intolerâncias

Estudo realizado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP investiga a relação entre cultura e política no espaço cultural chamado Samba de Terreiro de Mauá, localizado na cidade do mesmo nome, na Região Metropolitana de São Paulo

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 10/08/2023 - Publicado há 9 meses
Novos Cientistas - USP
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Samba de terreiro em Mauá resiste e se mantém na luta contra as intolerâncias
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O samba também pode ser uma forma de resistência política. É o que mostra uma pesquisa realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. O autor do estudo de mestrado, o sociólogo José Alves da Rocha Filho, foi o entrevistado desta quinta-feira (10) no podcast Os Novos Cientistas. Em sua pesquisa intitulada “Samba de Terreiro de Mauá: enquanto se luta, também se samba”, Rocha Filho analisou como surgiu o espaço cultural e como ele se tornou um agente de fomento à resistência política.

“Por intermédio de relatos e entrevistas, procuramos construir uma narrativa com base nos seguintes pontos: formas de resistência, tradição e ancestralidade, negritude, política, economia, cultura, prática musical coletiva e comunitária e formas de resistência”, descreveu o sociólogo. Ele também procurou apresentar as principais características que compõem o Samba de Terreiro de Mauá e como, a partir de sua ação local, a resistência ao global se constitui enquanto movimento que fomenta o debate sobre as formas de violência sofrida pela população de periferia, sobretudo ao racismo e demais intolerância que assolam essa população.

Atuando na cidade de Mauá desde 23 de dezembro de 2002, o Samba de Terreiro de Mauá atualmente está sem um local fixo, “mas ainda se mantém vivo e atuante”, como garantiu Rocha Filho. Na entrevista, ele contou parte da história do espaço cultural, desde seu surgimento, passando pelos seus fundadores e também projetos em que o coletivo esteve envolvido. “A ideia é compreender tais formas de resistência a fim de validar essas memórias coletivas, comunitárias e ancestrais que contribuem para a reescrita da história numa perspectiva contra-hegemônica”, descreveu o pesquisador que, em seu estudo, contou com a orientação da professora Madalena Pedroso Alucino, da EACH.

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