Seminário propõe a elaboração de uma política de Estado para o Agronegócio

Conduzido pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o seminário é a primeira atividade da Cátedra Luiz de Queiroz

 19/03/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 21/03/2018 as 14:41
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[Da esq. p/ dir.] Luiz Gustavo Nussio; o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura, Rômulo Montenegro; Sergio Fausto; Vahan Agopyan; e Roberto Rodrigues – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
No dia 19 de março, aconteceu o seminário “Segurança alimentar global: uma política de Estado”, que reuniu lideranças não apenas do setor agrícola brasileiro, mas também do setor industrial, acadêmicos, políticos e empresários. Essa é a primeira atividade da Cátedra Luiz de Queiroz, criada no final de 2017 pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq).

“A nossa proposta na cátedra é elaborar um plano para o Brasil, que transforme o agronegócio brasileiro e permita que o País seja o campeão mundial na produção agrícola. É um trabalho extremamente abrangente, que abordará temas como tecnologia, regionalização, irrigação, comércio internacional, estrutura logística, políticas de renda, turismo rural, gestão de agronegócio, política industrial, sustentabilidade, agroenergia, socioativismo e comunicação”, explica o ex-ministro da Agricultura e primeiro titular da Cátedra, Roberto Rodrigues.

Segundo o catedrático, para cada um desses temas haverá um coordenador que comandará as discussões e elaborará um conjunto de ações estratégicas. Os resultados dessas discussões serão apresentados em seminários e compilados em um único plano de Estado, que deverá ser entregue aos candidatos à Presidência da República que disputarão as eleições em 2018.

Para o diretor da Esalq, Luiz Gustavo Nussio, “a proposta da Cátedra é, especialmente em um ano como este, fazer com que a Academia saia de uma posição reativa e se coloque de forma proativa, oferecendo à sociedade um plano articulado, pensado, racionalizado por pessoas e setores capacitadas a fazê-lo. É oferecer aos futuros governantes um estudo que tenha base técnica e cientifica”. Nussio ressalta que, embora o plano de governo seja a ação da Cátedra de maior visibilidade, há também outras iniciativas sendo executadas, como a formação de recursos humanos, a promoção de seminários e a organização de um prêmio que estimule a inovação e a gestão no agronegócio.

Após a apresentação das linhas gerais da política a ser elaborada pela Cátedra, o pesquisador da Embrapa, Eduardo Assad, apresentou uma palestra sobre a sustentabilidade ambiental no agronegócio. Em seguida, o ex-diretor da Esalq, José Vicente Caixeta Filho, falou sobre os avanços em infraestrutura e logística necessários à competitividade.

O seminário foi realizado no Auditório do Instituto Fernando Henrique Cardoso e contou com a presença do vice-reitor Antonio Carlos Hernades, do secretário estadual da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jardim, entre outras autoridades. Segundo o superintendente executivo do Instituto, Sergio Fausto, “essa é uma proposta que não apenas diz respeito aos interesses legítimos de um setor importante da economia brasileira, mas que vai além das fronteiras do setor, o que corresponde ao espírito deste Instituto, fundado para ser um espaço para a discussão de propostas que tenham um horizonte de longo prazo, objetivos abrangentes e que pensem no interesse do Brasil”.

Cátedra Luiz de Queiroz

A Cátedra Luiz de Queiroz de Sistemas Agropecuários Integrados, da Esalq, foi criada em setembro de 2017, com o objetivo de discutir e realizar atividades abertas à participação de professores e estudantes de graduação e pós-graduação da Escola.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento entre os anos de 2003 e 2006, Roberto Rodrigues, foi o escolhido para ocupar o cargo de primeiro titular da Cátedra e tomou posse em outubro, durante a abertura da Esalqshow.

“Nesta década, a USP criou as cátedras, que são centros de estudo liderados por um especialista que, normalmente, não é um acadêmico e não tem vínculos com a USP. A ideia é que as cátedras tenham uma visão externa, abordando os problemas importantes para a sociedade. Essa é a nossa primeira cátedra da área agrícola – um setor em que somos reconhecidamente competitivos e competentes – e o seu principal desafio é propor uma política nacional de agricultura para o País”, explicou o reitor Vahan Agopyan.


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