O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior participou, no dia 18 de julho, da cerimônia de transferência da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha de sua sede do Rio de Janeiro para a cidade de São Paulo. As novas instalações estão localizadas no Complexo do Centro Tecnológico da Marinha, no campus da USP em São Paulo.
Entre os fatores que justificam a transferência, destaca-se a presença, em São Paulo, de centros de produção de alta tecnologia e universidades, com seus núcleos de pesquisa e laboratórios de reconhecimento internacional.
O estabelecimento da nova sede faz parte do avanço na transferência de tecnologia e capacitação de recursos humanos, por meio dos programas da diretoria, particularmente, na área nuclear.
Para o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, é permanente o compromisso da Marinha em envidar esforços para pesquisar, desenvolver e adotar produtos e serviços com tecnologias autóctones.
“O Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha do Brasil atua de forma sinérgica e dinâmica na ampliação e solidez das parcerias estratégicas com a comunidade científica, indústria, institutos e fundações, visando assegurar o emprego eficaz de tecnologia nacional capaz de proteger e preservar as riquezas e as dimensões continentais da ‘Amazônia Azul’, mas que também se materializa em préstimos sociais e desenvolvimento socioeconômico para os brasileiros”, explicou o diretor-geral.
O reitor da USP ressaltou que essa união irá acelerar o desenvolvimento nuclear do Brasil e facilitar a inovação dentro do Estado. “Nós temos em desenvolvimento o Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear. Temos na Escola Politécnica um curso de graduação em Engenharia Nuclear que só foi criado por causa dessa parceria com a Marinha do Brasil”, disse Carlotti.
Parceria de mais de 65 anos
Em julho do ano passado, a USP e a Marinha do Brasil assinaram a renovação do acordo de cooperação técnica entre as duas instituições para a promoção de ensino e de pesquisa. A parceria teve início em 1956, quando a Marinha decidiu se associar a uma grande universidade para que suas pesquisas na área de ciência e tecnologia fossem conduzidas por uma instituição acadêmica civil.
Esse acordo resultou na criação do primeiro curso de Engenharia Naval do País, oferecido pela Escola Politécnica (Poli) da USP. Ao todo, já foram formados mais de 500 oficiais engenheiros para a Marinha e cerca de 2 mil engenheiros navais civis.
As pesquisas desenvolvidas em conjunto resultaram na incorporação de inovações por parte da Marinha e de empresas que atuam no setor naval ou na região oceânica. Entre os avanços obtidos estão o desenvolvimento do primeiro computador brasileiro, o Patinho Feio, ainda no começo da década de 1970; a evolução na área de construção de reatores e segurança nuclear; o avanço em automação e controle promovido pelo desenvolvimento de inovações necessárias para as fragatas e corvetas; e o conhecimento produzido pelo Tanque de Provas Numérico (TPN) e sua estrutura de simulação.
Durante a pandemia da covid-19, a Poli e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo uniram esforços para desenvolver e produzir o ventilador pulmonar Inspire. Em pouco mais de um ano, mil equipamentos foram produzidos e distribuídos para 219 cidades de 16 Estados brasileiros, inclusive com o envio de 40 unidades para a cidade de Manaus no auge da crise sanitária que acometeu o Estado do Amazonas, em janeiro de 2021.
(Com informações da Agência Marinha de Notícias)