A Universidade de São Paulo foi uma das instituições agraciadas com a Medalha Mérito Tamandaré da Marinha do Brasil. A solenidade de entrega da condecoração foi realizada na noite de ontem, dia 4 de dezembro, no Museu do Ipiranga, como parte das comemorações do Dia do Marinheiro – data do nascimento do almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil.
Além da USP, outras duas instituições foram homenageadas: o Iate Clube de Santos e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Entre as personalidades que também receberam a medalha neste ano, estão o reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antonio José de Almeida Meirelles, e o reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marco Tullio de Castro Vasconcelos.
A solenidade contou com a participação do comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen; do secretário Estadual de Ciência e Tecnologia, Vahan Agopyan; do chefe da Casa Imperial Brasileira, dom Bertrand de Orleans e Bragança; e outras autoridades civis e militares.
Criada em 1957, a Medalha Mérito Tamandaré destina-se a homenagear autoridades, instituições e personalidades civis e militares, que tenham prestado relevantes serviços na divulgação ou no fortalecimento das tradições da Marinha do Brasil, honrando seus feitos ou realçando seus vultos históricos.
O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior também recebeu a honraria, individualmente, no ano passado.
Parceria USP e Marinha
A USP e a Marinha do Brasil mantêm uma longa parceria que começou em 1956, quando a Marinha decidiu se associar a uma grande universidade para que suas pesquisas na área de ciência e tecnologia fossem conduzidas por uma instituição acadêmica civil.
Esse acordo resultou na criação do primeiro curso de Engenharia Naval do País, oferecido pela Escola Politécnica(Poli). Ao todo, já foram formados mais de 500 oficiais engenheiros para a Marinha e cerca de 2 mil engenheiros navais civis.
As pesquisas desenvolvidas em conjunto resultaram na incorporação de inovações por parte da Marinha e de empresas que atuam no setor naval ou na região oceânica. Entre os avanços obtidos estão o desenvolvimento do primeiro computador brasileiro, o Patinho Feio, ainda no começo da década de 1970; a evolução na área de construção de reatores e segurança nuclear; o avanço em automação e controle promovido pelo desenvolvimento de inovações necessárias para as fragatas e corvetas; e o conhecimento produzido pelo Tanque de Provas Numérico (TPN) e sua estrutura de simulação.
Durante a pandemia da covid-19, a Escola Politécnica e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo uniram esforços para desenvolver e produzir o ventilador pulmonar Inspire. Em pouco mais de um ano, mil equipamentos foram produzidos e distribuídos para 219 cidades de 16 Estados brasileiros, inclusive com o envio de 40 unidades para a cidade de Manaus, no auge da crise sanitária que acometeu o Estado do Amazonas, em janeiro de 2021.