Exposição na Reitoria apresenta 41 desenhos de Di Cavalcanti

As obras fazem parte da coleção de 564 desenhos doados pelo próprio artista ao Museu de Arte Contemporânea

 27/09/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 17/10/2017 as 11:10
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A exposição apresenta 41 obras, entre ilustrações produzidas para livros, caricaturas, charges e desenhos para capas de revista – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

No ano em que se comemora o 120º aniversário de nascimento de Di Cavalcanti, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) organizou uma mostra especial em homenagem a esse grande artista do modernismo brasileiro. A exposição “Di Cavalcanti – Papel em Destaque” apresenta 41 obras em papel, reunindo ilustrações produzidas para livros, caricaturas, charges (muitas vezes assinadas com o pseudônimo “Urbano”) e desenhos produzidos para capas de revista, que estão em cartaz no espaço expositivo do prédio da Reitoria, em São Paulo.

A exposição foi inaugurada no dia 26 de setembro e a cerimônia contou com a presença do reitor Marco Antonio Zago, do diretor do MAC, Carlos Roberto Ferreira Brandão, da filha de Di Cavalcanti, Elisabeth Di Cavalcanti Veiga, além de dirigentes, professores e alunos da Universidade.

Emiliano Augusto Cavalcanti de Paula Albuquerque e Melo nasceu no Rio de Janeiro, em 6 de setembro de 1897. Iniciou sua atividade artística em 1914, fazendo ilustrações para a revista Fon Fon. Em 1916, ingressou na Faculdade de Direito da USP e mudou-se para a capital paulista, onde conviveu com artistas e intelectuais como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Guilherme de Almeida.

Foi um dos idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna – realizada entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo –, sendo o responsável pelas peças promocionais do evento, como o catálogo e o programa. É considerado um dos principais expoentes do modernismo brasileiro e um dos nossos artistas mais reconhecidos, nacional e internacionalmente.

Personalidade inquieta

(Da esq.p/dir.) O reitor Marco Antonio Zago; a curadora da mostra Helouise Costa; Elisabeth Di Cavalcanti e o diretor do MAC, Carlos Roberto Ferreira Brandão, na inauguração da mostra – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Na abertura do evento, a curadora da exposição e professora do MAC, Helouise Lima Costa, falou sobre a importância cultural e artística da coleção e da dificuldade de selecionar apenas 41 desenhos de uma coleção de 564 obras que foram doadas pelo próprio artista ao Museu. “Minha proposta foi tentar mostrar a diversidade de temas, de técnicas e de usos desses desenhos. Um dos recortes que eu trouxe para a exposição foi justamente das obras comissionadas, que nos mostram o modo como ele respondia às demandas do mercado e que era algo muito importante para os artistas modernos daquele momento, não só por ser um mercado em expansão e uma possibilidade de aumento dos seus ganhos cotidianos, mas principalmente um lugar de democratização dos avanços e das propostas da arte moderna”, explicou.

Os desenhos estão distribuídos em quatro módulos, que não obedecem a uma ordenação cronológica ou temática, e exibem grande diversidade de técnicas utilizadas e variações estilísticas, revelando a personalidade inquieta de um artista que encontrou no papel um espaço de liberdade e experimentação.

Para a curadora, “os desenhos são bem menos conhecidos na produção de Di Cavalcanti e me parece ser esse o lugar de experimentação do artista, muito mais livre do que na pintura, onde ele mantinha um compromisso muito forte com a retratação da identidade nacional. Nos desenhos observamos um lugar em que ele experimenta muito, dialoga com as tendências artísticas de sua época e, ao mesmo tempo, demonstra um trabalho exímio no uso do nanquim, da aquarela, do grafite, nas suas mais diversas manifestações. É um artista múltiplo, e esse é realmente um patrimônio muito importante do qual a USP é guardiã”.

O diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC), Carlos Roberto Ferreira Brandão, destacou a relevância da exposição, que “representa o trabalho de todo o museu e, no caso de um museu universitário como o MAC, é uma oportunidade para o treinamento de pessoal técnico e científico e para mostrar parte do universo das 12 mil obras de arte contemporânea nacional e internacional que o MAC abriga em nome da USP e, em última instância, em nome do povo paulista que a sustenta”.

A exposição fica aberta ao público até o dia 15 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, no térreo do prédio da Reitoria (Rua da Reitoria, 374, na Cidade Universitária, em São Paulo). A entrada é gratuita.

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