Engenho dos Erasmos inaugura exposição com artefatos arqueológicos inéditos

Cerimônia de abertura contou com a presença do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e da vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda

 05/04/2023 - Publicado há 1 ano
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A inauguração da exposição Ruínas Quinhentistas em Território Milenar contou com  a presença dos dirigentes da Universidade – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, órgão ligado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária localizado na cidade de Santos, inaugurou, no dia 4 de abril, a exposição Ruínas Quinhentistas em Território Milenar. A exposição conta com artefatos arqueológicos encontrados no local, que serão expostos pela primeira vez, além de objetos etnográficos representantes de indígenas tupinambás.

Tendo como fio condutor uma carta escrita em 1548 ao proprietário do Engenho, com detalhes da administração, a exposição busca mostrar as diferentes facetas da ocupação do território, a partir deste principal documento disponível da época.

Tendo como fio condutor uma carta escrita em 1548 ao proprietário do Engenho, com detalhes da administração, a exposição busca mostrar as diferentes facetas da ocupação do território – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Trechos contextualizados com imagens, textos e citações de fontes primárias do século 16 evidenciam a constituição dos fundamentos do poder político e social dos senhores de engenho, alicerçado no monopólio da terra, na escravidão e na cristalização de uma sociedade patriarcal.

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Os visitantes também poderão visualizar um diorama – apresentação artística, em forma de maquete tridimensional realista, de cenas da vida real – representando povos sambaquieiros que habitaram o litoral milênios atrás, uma mapoteca com mapas históricos contextualizados e ilustrados sobre Diáspora Africana, ocupação do território (hoje Brasil) pelos povos originários, caminhos indígenas (como o Peabiru, que ligava o Atlântico ao Pacífico), formação de quilombos, história do Lagamar Santista, entre outros, além de obra exclusiva da artista indígena contemporânea Moara Tupinambá, que agora faz parte do acervo da USP.

O Engenho São Jorge dos Erasmos é a mais antiga evidência física preservada da colonização portuguesa em território brasileiro.

O Engenho São Jorge dos Erasmos é a mais antiga evidência física preservada da colonização portuguesa em território brasileiro – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Riqueza cultural

A cerimônia de abertura da exposição contou com a presença do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, da vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda, da pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros, além de outros dirigentes da Universidade e representantes da comunidade acadêmica.

O diretor do Engenho e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Yuri Tavares Rocha, destacou o caráter educativo da exposição e que ela representa a “ampliação da ação formadora do Engenho como órgão de cultura e extensão universitária”.

A professora do Instituto de Biociências (IB) e ex-diretora do órgão, Beatriz Pacheco Jordão, contou que a exposição começou com a submissão do projeto ao Programa de Ação Cultural São Paulo, da Secretaria de Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, em 2019.

A exposição conta com artefatos arqueológicos encontrados no local, que serão expostos pela primeira vez, além de objetos etnográficos representantes de indígenas tupinambás – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O objetivo da exposição, segundo ela, “é contar a história com mais representatividade para os povos e culturas que formaram aquele território, e não sob a ótica do colonizador”. A proposta foi premiada na categoria Modernização de Museus, Arquivos e Acervos e desenvolvida ao longo de três anos.

O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior chamou a atenção para a riqueza cultural que a Universidade tem e quão importante essa riqueza é para a formação dos estudantes. “Uma formação acadêmica adequada exige um amplo conhecimento cultural. Temos o desafio de oferecer aos nossos estudantes uma formação cada vez mais múltipla e humana”, ressaltou.

A visitação está aberta de terça a sábado e a entrada é gratuita – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

A visita à exposição Ruínas Quinhentistas em Território Milenar é gratuita e aberta a todos os interessados, de terça a sábado, das 9h às 16h. O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos está localizado à Rua Alan Cíber Pinto, 96, Vl. São Jorge, na cidade de Santos.

Baixada Santista

Além da inauguração da exposição, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior visitou outras unidades da USP que funcionam na Baixada Santista. Carlotti esteve no prédio Cesário Bastos, localizado no centro da cidade de Santos, onde hoje funcionam laboratórios de pesquisa, um curso de pós-graduação e disciplinas do quinto ano do curso de graduação no módulo de Exploração e Produção de Petróleo, todos ligados à Escola Politécnica (Poli).

No mesmo local, o reitor visitou o centro de pesquisas InTRA, sigla para Integrações Tecnológicas em Análises de Rochas e Fluidos, centro de pesquisa da Poli que desenvolve conhecimento e tecnologia para aumentar a eficiência dos reservatórios de óleo e gás localizados no pré-sal.

O InTRa está instalado na mesma área onde se localiza o prédio Cesário Bastos – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O InTRA reúne pesquisadores de diversas áreas para desenvolver conhecimentos que serão aplicados na exploração das reservas de petróleo, sobretudo no âmbito do pré-sal, camada profunda no litoral brasileiro que oferece grandes desafios para sua operação. Para solucionar os desafios tecnológicos que surgem neste contexto, uma equipe multidisciplinar – composta de químicos, físicos, geólogos e engenheiros das áreas química, mecânica, de minas e de petróleo – atua de forma integrada na pesquisa e na formação de recursos humanos.

Em Cubatão, o dirigente esteve no Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema), que, desde 2006, desenvolve pesquisas voltadas à solução de problemas ambientais, além de oferecer para a comunidade palestras, cursos e atividades focados na educação ambiental. O centro atua em pesquisas relacionadas a água, ar, solo, biodiversidade, química verde, saúde e gestão ambiental.

O centenário prédio Cesário Bastos está localizado no centro da cidade de Santos – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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