We can work it out – ou quando os rapazes se tornam homens

Entre 1966 e 1967, os Beatles criaram dois álbuns memoráveis, desistiram de fazer shows e John conheceu Yoko Ono

 30/04/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 08/05/2020 as 0:10
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Os Beatles se aproximando do fim da banda - Fotomontagem: Jornal da USP/Luana Franzão

No imaginário popular, a década de 1960 é o período da contestação, da contracultura, da liberação sexual, do movimento hippie e seu “paz e amor”. Do sexo, drogas e rock’n’roll. É isso, mas também não é exatamente assim. Porque os anos 1960 que mudaram o mundo, que deram voz e poder aos jovens vão surgir, de fato, a partir de 1966. Antes disso, a década mais parecia uma versão estendida dos anos 1950, com um rock às vezes ingênuo e muito conservadorismo nos costumes. Os Beatles, com seus cabelos mais compridos e corte “tigelinha”, deram uma sacudida nas estruturas, mas eles se preocupavam em segurar mãos de mocinhas apaixonadas e dizer o quanto as amavam. A fórmula “garoto-conhece-garota-e-se-apaixona” era um sucesso. As meninas escandalosas em seus shows eram testemunhas disso. Mas o mundo estava mudando. Inclusive para eles.

A chamada “geração baby boomer” havia crescido, não queria mais seguir conselhos dos mais velhos e descobriu, pela primeira vez, que tinha voz e podia ser ouvida. E o rock era um dos canais para que isso acontecesse, sua caixa de ressonância. O caminho aberto principalmente pelos Beatles agora estava escancarado. Bandas e cantores de rock surgiam todos os anos, e eram ainda mais transgressores do que os rapazes de Liverpool. Se alguns pais ficaram assustados com o comportamento deles, imagine então o dos Rolling Stones, com cabelos ainda mais compridos e atitudes mais raivosas. “Você deixaria sua filha casar com um deles?”, perguntava uma peça de propaganda de 1964, dois anos depois de a banda surgir no cenário musical britânico. E tinha mais, dos dois lados do Atlântico: nos Estados Unidos, The Byrds (1964) e os Beach Boys (1961) já eram um sucesso e se tornariam duas das bandas mais emblemáticas da história do rock. No Reino Unido, a coisa parecia ter saído do controle, com grupos brotando nas paradas de sucesso com a facilidade com que se comia um fish and chips. The Kinks, The Hollies, Herman’s Hermits, The Who, Peter and Gordon… Todos eram nomes fáceis de se encontrar nos toca-discos dos jovens mais antenados. Os Beatles assistiam a tudo isso com atenção, e trataram de se reinventar. Eles queriam ir além do yeahh-yeahh-yeahhh.

“Estávamos de saco cheio de ser os Beatles. Não aguentávamos mais aquela história de ‘quatro rapazes cabeludos’. Não éramos rapazes, éramos homens. Passamos a gostar de maconha e nos considerávamos artistas”, relembrou Paul McCartney no livro Love me do,  do jornalista Paolo Hewitt. Uma boa mostra disso seria dada com o lançamento de Revolver, o álbum que significou a guinada na carreira da banda mais famosa do mundo. Mas vamos com calma – o disco só seria lançado em agosto daquele ano, e antes disso muita coisa iria acontecer. E depois do seu lançamento, também.

Mas, por um certo tempo, os Beatles ainda deveriam ser aqueles mesmos Beatles que atraíam multidões – mesmo que a plateia estivesse, pouco a pouco, mudando, trocando os gritos histéricos por palmas entusiasmadas. Mas isso foi acontecendo devagar, sem muito alarde. “Na verdade, em 1966, parecia existir duas bandas. Uma excursionava pelo mundo, sacudia a cabeça e agia como adoráveis cabeludos; a outra se abrigava num estúdio de gravação, determinada e intrepidamente alargando as fronteiras da música pop e do som”, afirma Hewitt. A pergunta de um milhão de libras era como fazer essas “duas bandas” coexistirem. Ou, talvez, quando uma engoliria a outra. A resposta estava perto de ser dada.

Na verdade, em 1966, parecia existir duas bandas. Uma excursionava pelo mundo, sacudia a cabeça e agia como adoráveis cabeludos; a outra se abrigava num estúdio de gravação, determinada e intrepidamente alargando as fronteiras da música pop e do som”.

Fogueira de discos e afronta a uma primeira-dama

Os Beatles gravando em estúdio na década de 60 - Imagem: Divulgação
Os Beatles gravando em estúdio na década de 60 - Imagem: Divulgação

Porque os Beatles, mesmo de “saco cheio”, continuavam com sua agenda lotada e logo fariam uma turnê pelos Estados Unidos e iriam ao Japão e às Filipinas. Por mais que nenhum dos quatro se sentisse muito à vontade com a ideia. E a questão era, principalmente, musical e artística. Em estádios enormes ou teatros apinhados de gente, os shows começaram a ter o condão de desagradar a todo mundo, tanto quem assistia quanto quem tocava. Os fãs pagavam caro para ver “formiguinhas” no palco e quase não escutavam nada do que a banda tocava – muito por culpa de uma animação alguns decibéis a mais vinda da plateia. No palco a coisa não era diferente. Ninguém se escutava, perdiam o compasso das músicas devido à barulheira, e – maior dos pecados – desafinavam. E não importava que ninguém ouvisse as falhas. Eles sabiam que estavam falhando.

Mas a vida seguiu. E os quatro resolveram se soltar mais, e colocar suas opiniões em tudo – principalmente John, que nunca teve medo de falar o que pensava. E foi em uma entrevista em março para o jornal londrino Evening Standard – hoje histórica – que ele soltou a declaração que logo traria um turbilhão de problemas para a banda: “Hoje, os Beatles são mais populares do que Jesus Cristo”. Por mais que muita gente até hoje entenda essa frase de uma forma equivocada, o que John quis dizer, de fato – e até com um certo desânimo niilista –, era que a cultura pop estava se tornando mais forte do que se podia imaginar. E que isso não era necessariamente bom. No Reino Unido, a repercussão foi mínima. Só que os Beatles iam para os Estados Unidos – e iriam enfrentar a maior polêmica de suas vidas.

Na América, eles já haviam causado um certo rebuliço com o lançamento de seu disco Yesterday… and Today – a gravadora americana dos Beatles produzia álbuns diferentes daqueles feitos na Inglaterra –, e por causa da foto de capa. Na foto original, os quatro aparecem vestidos de açougueiros, com as roupas empapadas de sangue, e bonecas desmembradas. Muita gente achou aquilo de um mau gosto inimaginável e as críticas explodiram. A tal ponto que o LP teve que ser recolhido e a capa trocada, desta vez com quatro rapazes comportados sentados em malas de viagem. Hoje, colecionadores pagam algumas dezenas de milhares de dólares pelo álbum original de capa de gosto bem duvidoso. Mas isso era apenas o começo da balbúrdia que viria.

Os Beatles tinham aquela turnê pelos Estados Unidos, mas antes deviam ir ao Extremo Oriente. No começo de julho eles fizeram quatro shows em Tóquio e embarcaram para Manila, a capital das Filipinas. E começaram a ficar incomodados. Principalmente, com aquilo que identificaram como “instrumentalização” de sua fama pelos poderosos locais, gente ligada ao recém-eleito presidente Ferdinand Marcos – ainda longe de ser o ditador que se tornaria, mas já ensaiando. O incômodo chegou a tal ponto que eles, depois dos shows filipinos, simplesmente ignoraram um convite para almoçar com a primeira-dama Imelda Marcos – aquela que viria a ter 3 mil pares de sapatos em seu closet. Por mais que os quatro, além de Brian Epstein, dissessem que foi tudo um mal entendido, a notícia caiu como uma bomba na imprensa local. E logo os Beatles estavam sendo demonizados por desrespeitarem a primeira-dama. Sua segurança foi retirada, perderam os privilégios de embarque diferenciado ao tentarem sair de Manila e chegaram a ser socados no aeroporto por ex-fãs e até pela polícia. Mas conseguiram sair. Era hora de descansar e embarcar para os Estados Unidos, onde, segundo George, “iriam apanhar dos americanos”. Ele tinha razão.

Até porque, em 29 de julho, a revista americana Datebook republicou a entrevista de John Lennon – e chamou bem a atenção para a parte de o grupo ser “mais famoso que Jesus Cristo”. Diferentemente do que aconteceu no Reino Unido, a frase teve um efeito devastador principalmente no sul dos Estados Unidos, onde está concentrado o chamado “cinturão bíblico”. E a reação foi imediata: gente enfurecida e indignada e radialistas insuflando a gritaria. A tal ponto que dois DJs da rádio WAQY, de Birminghan, no Alabama – a mesma cidade absolutamente refratária aos direitos civis na América –, disseram no ar que não tocariam mais os Beatles e começaram uma campanha ferrenha contra eles.

Protesto cristão contra a declaração de John Lennon: "Os Beatles são mais populares do que Jesus Cristo" - Imagem: Divulgação

Na verdade, eles aproveitaram a deixa e vocalizaram algo que já estava em ebulição na mente conservadora americana: os Beatles tinham ido longe demais. Alguns críticos achavam que eles já estavam fazendo sucesso há muito tempo, e autores radicais faziam abertamente um movimento anti-rock, Um deles, David A. Noebel, chegou ao extremo de retratar os quatro como “demolidores da moral dos jovens, além de, desta maneira, estarem preparando a tomada marxista do poder orquestrada por Moscou”. Alguém já ouviu algo parecido? Pois é…

Em meio àquilo tudo, a tal frase de John não ajudou em nada. E as campanhas radiofônicas continuaram aumentando o tom, até chegar em seu paroxismo: radialistas convocando todos aqueles que tivessem discos e outros itens colecionáveis dos Beatles para fazerem uma enorme fogueira com eles. E de nada adiantou que os donos das rádios, preocupados com a audiência jovem e ainda fiel, vissem naquilo um tiro no pé. Uma dessas rádios foi a KLUE, no Texas, que organizou uma fogueira pública com os discos dos Beatles. No dia seguinte, um raio caiu na antena de transmissão e a rádio saiu do ar.

Mas, antes daquela que viria a ser a última aventura americana, um grande alento: em 5 de agosto, é lançado o álbum Revolver no Reino Unido (três dias depois, nos Estados Unidos). Aquela sofisticação – misturada com experimentalismo, ousadia e arte musical – que o grupo vinha procurando estava ali, para quem quisesse ouvir. Há desde baladas belíssimas de Paul, como Here, there and everywhere e Eleanor Rigby (acompanhada só por um quarteto de cordas), passando por efeitos sonoros em músicas como Yellow submarine e I’m only sleeping, até inovações um tanto incômodas, como toda a extravagância de Tomorrow never knows, que é montada inteiramente em torno de um loop (gravação curta que fica se repetindo) e mistura efeitos estranhos, guitarra de trás para frente e uma letra demolidora de John Lennon, baseada na filosofia oriental. Aquilo era inovação, e muita gente não entendeu. Críticos tentaram compreender o que eles queriam dizer com aquilo tudo – os americanos perceberam melhor que os britânicos – e roqueiros ficaram enciumados. Em apenas três anos, os Beatles tinham passado de Love me do para Tomorrow never knows. O que tinha acontecido? E a resposta era óbvia: lembra dos rapazes cabeludos? Pois bem, eles cresceram.

Capa do álbum 'Revolver' - imagem: Divulgação

E de tal forma que, nos Estados Unidos, um músico em especial surtou: Brian Wilson, o líder dos Beach Boys. O grupo havia surgido como uns meninotes californianos cantando música de surfe e praia, mas também tinham crescido e se sofisticado. E Wilson gostava de competir com os Beatles (sabe aquela história de seus grandes rivais serem os Stones? Esqueça. A rivalidade mesmo vinha dos Beach Boys). Tanto, que depois de ouvir Rubber soul e achá-lo uma obra-prima, fez o grupo entrar em estúdio e produzir um dos maiores álbuns da história do rock: Pet sounds, com clássicos como Wouldn’t be nice e God only knows, lançado apenas duas semanas antes de Revolver. E aí os ingleses soltam aquele disco. O competitivo e atormentado Wilson – além de sofrer de esquizofrenia, estava até o pescoço envolvido com drogas pesadas – mandou sua banda em turnê e entrou no estúdio para produzir a resposta adequada. O disco, intitulado Smile, só ficou pronto 20 anos depois. Um adendo: a competição era uma via de mão dupla. Paul ficou tão marcado por Pet sounds que queria, de qualquer forma, dar uma resposta aos Beach Boys. Ela viria em 1967, com Sgt. Peppers. Mas isso é para daqui a pouco.

Porque, a esta altura, os Beatles já tinham feito sua turnê pelos Estados Unidos, tentaram se desculpar pelas palavras de John, não sofreram tantos ataques como previam e não, não tocaram em Birminghan. Mas o encanto daquelas viagens intermináveis tinha acabado e, com o lançamento de Revolver, eles tinham chegado a, digamos, um point of no return: aquela musicalidade, com muita experimentação e arte de estúdio, nunca poderia ser reproduzida nos palcos. E eles tomaram a decisão: não voltariam a se apresentar em público. Os artistas de estúdio tinham engolido os rapazes cabeludos. E as menininhas enlouquecidas agora se voltavam para uma banda americana criada especialmente para a TV que, para surpresa de todos, virou um grande sucesso: os Monkees. A banda fez tamanho sucesso que, em finais dos anos 1960, um jovem cantor britânico teve que desistir de seu nome de batismo – David Jones – para não concorrer com o homônimo vocalista dos Monkees, muito mais famoso. E ele passou a ser conhecido como David Bowie.

Assim, cada um foi para o seu lado, cuidar um pouco da vida. E, no caso de Paul (graças a muitos fãs adeptos a teorias esquisitas), de sua morte. Explica-se: no dia 6 de novembro de 1966, Paul pegou um carro e se dirigiu para o aeroporto de Londres, de onde iria para a França e, depois, para a África. No caminho, bateu o carro. Pronto: começa a maior teoria conspiratória dos Beatles, aquela que dá como certa que Paul morreu no acidente e foi substituído por um sósia, um tal de Billy Shears – coincidentemente ou não, o “vocalista” da banda do sargento Pimenta. A partir daí, os fã começaram a coletar dados que mostravam, categoricamente, que Paul estava morto. Pés descalços na Abbey Road, cravo preto em capa de disco… tudo era motivo. Só esqueceram de avisar a Paul.

Corta. Parêntesis:

(No dia seguinte à viagem de Paul para a França – ou para a eternidade, segundo alguns), John Lennon se preparou para fazer uma visita a uma galeria de arte no bairro londrino de Holborn. Estava sendo aberta a mostra de uma artista de origem oriental, que mal sabia quem eram os Beatles, e que era um dos expoentes da crescente arte de vanguarda. A exposição consistia de pregos e martelos dourados – que não podiam ser usados –, uma luneta para observar uma cartela onde estava escrito, com letras mínimas, a palavra “sim” e outras ousadias que John adorou. Ao final, a artista deu ao beatle um cartão de visitas. No centro, estava escrito, em letras minúsculas, “respire”. Embaixo, o ano (’66) e duas letras: Y.O.

Yoko Ono)

A banda do Sargento Pimenta

Os Beatles na arte do álbum 'Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Bans' - Imagem: Divulgação

Entre finais de 1966 e começo de 1967, a exigência criativa dos Beatles tinha chegado a um ápice. Se, em 1963, eles tinham gravado Please, please me inteiro em algumas horas, agora cada canção podia levar dias para ter seu registro aprovado pela banda. Ao gravarem seu novo compacto com aquilo que os críticos chamam de “dois lados A”, eles mostraram que tinham se tornado virtuoses. As músicas – Strawberry fields forever e Penny Lane – levaram quase dez dias para serem finalizadas.

Mas o melhor ainda estava por vir. Lembram que os Beatles queriam se reinventar e, ao mesmo tempo, Paul queria dar uma resposta a Brian Wilson por Pet sounds? Pois bem, tudo isso – e muito mais – veio na forma de um álbum icônico: Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Musicalmente, ele talvez não seja o melhor álbum da banda, mas é certamente o mais importante – e o mais importante da história do rock. Ele é uma ruptura do começo ao fim, desde a capa do artista plástico Peter Blake que sintetiza – com 160 personagens históricos e da cultura pop – todo o movimento contracultural da época, com movimento hippie, swinging London e tudo, até trazer, pela primeira vez na história, as letras das canções. Mas há mais: o disco é gravado como se fosse ao vivo, uma apresentação da banda do Sargento Pimenta, com seu vocalista principal Billy Shears, e uma série de referências a um universo tanto circense quanto onírico – e também lisérgico. É um disco conceitual, com arranjos inovadores e não-ortodoxos, além um sem-número de efeitos sonoros e truques de gravação, que envolvem músicas como a faixa-título, With a little help from my friends e Lucy in the sky with diamonds. O disco ficou 11 semanas seguidas em primeiro lugar nas paradas britânicas. Brian Wilson tinha mesmo que surtar.

Mas nem todo mundo aplaudiu. E, pela primeira vez, uma música dos Beatles foi proibida de tocar na BBC: A day in the life (última faixa do Sgt. Pepper’s), devido a suas possíveis alusões ao uso de drogas, principalmente o LSD, que John já consumia há mais de ano. As portas da percepção podiam estar abertas, mas as da BBC para aquela música, não.

Capa do álbum 'Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band' - Imagem: Divulgação

Até porque os Beatles não estavam banidos da emissora estatal britânica, e foram os escolhidos para um evento midiático histórico: pela primeira vez seria feita uma transmissão via satélite para 26 países. Intitulada de Our World, a atração reuniria artistas mundo afora, e os Beatles representariam o Reino Unido. E a canção escolhida retratava muito bem aquele momento de “paz e amor”, quando muitos clamavam pelo fim de intervenções militares pelo mundo, principalmente pelo fim da Guerra do Vietnam: All you need is love. No dia da apresentação, 25 de junho, os quatro vestiam roupas coloridas e extravagantes, bem a caráter. E estavam na pequena plateia Mick Jagger, Keith Richards, a cantora Marianne Faithfull, Eric Clapton, o baterista Keith Moon (The Who) e Grahan Nash (The Hollies). Love, love, love, cantaram os Beatles. Love, love, love, repetiram 400 milhões de pessoas pelo planeta naquela noite. Foi a última vez que os Beatles apareceram ao vivo na TV.

Mas nem tudo foi sucesso naquele segundo semestre de 1967. E os Beatles se viram envolvidos com uma tragédia pessoal – e profissional – e um grande fiasco. O fiasco foi uma maluquice chamada Magical Mistery Tour, um filme alucinado – e alucinógeno – feito para a TV, totalmente produzido pelos quatro. Pouco palatável em muitos momentos, o filmete sem pé nem cabeça traz pelo menos algumas músicas memoráveis, como I am the walrus, The fool on the hill e Hello, goodbye. Foi ao ar pela BBC1 em 26 de dezembro e não emocionou ninguém.

Na verdade, Magical Mistery Tour foi a primeira produção dos quatro sem a bênção de seu mentor, Brian Epstein. O empresário morreu de overdose no dia 27 de agosto e nenhum dos Beatles foi ao seu funeral. Agora, eles estavam por conta própria e iriam cuidar de seus negócios. Para o bem e – principalmente – para o mal.

O texto acima é o terceiro da série de cinco artigos “50 Anos do Fim dos Beatles”, publicada pelo Jornal da USP. Leia os outros artigos nos links abaixo:

"50 anos do Fim dos Beatles"

Leia aqui o primeiro texto da série

"Hello, Goodbye": ou a saga dos Beatles do Fim ao Começo

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"50 anos do Fim dos Beatles"

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