Peça sobre imperatriz Leopoldina ganha sessões on-line

Dirigido por Marcos Damigo, espetáculo gratuito fica em cartaz diariamente até este domingo, dia 14

 09/03/2021 - Publicado há 3 anos
Sara Antunes interpreta a imperatriz Leopoldina na peça de Marcos Damigo – Foto: Otávio Maciel Gonçalves

 

Depois de bem-sucedidas temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a peça Leopoldina, Independência e Morte volta a ser exibida, agora em novo formato, por causa da pandemia de covid-19. Nesta semana, o espetáculo criado e dirigido por Marcos Damigo realiza sessões diárias gratuitas, em diferentes horários, transmitidas via YouTube e Facebook. As apresentações começaram na segunda-feira passada, dia 8, e vão até domingo, dia 14.

Em três atos, a peça reconstitui três momentos da vida da imperatriz Leopoldina, que era filha do imperador Francisco I da Áustria e foi enviada ao Brasil para casar com o imperador D. Pedro I: em 1817, quando chega ao País e tem as primeiras impressões do lugar, em 1822, durante o processo de independência do Brasil em relação a Portugal, e em 1826, já no leito de morte, em que, delirando, relembra sua vida, época e projetos, relacionando-os com os dias atuais.

“A obra retrata uma imperatriz Leopoldina ainda desconhecida por grande parte dos brasileiros. Culta e preparada, foi além do papel que lhe cabia em seu tempo histórico. Primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil, teve importância decisiva no processo de independência”, destaca um texto de divulgação da peça, produzido pela Agência Fervo. Nascida em Viena em 1797, Leopoldina chegou ao Brasil com 19 anos, governou o País como regente interina em duas ocasiões – em 1822 e 1826 -, engravidou nove vezes e morreu aos 29 anos, em 1826.

Retrato de Leopoldina e a atriz Sara Antunes na peça em que interpreta a imperatriz – Fotos da Wikipédia e de divulgação

 

Marcos Damigo adaptou sua peça para o novo formato. “As cenas acontecem em espaços que dialogam com o texto”, afirma o diretor, de acordo com o texto da Agência Fervo. A primeira cena, por exemplo, foi gravada no Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo, em meio à natureza tão amada pela imperatriz, que era botânica e mineralogista, gostava de teatro e literatura e dominava vários idiomas. “O delírio da terceira cena ganha concretude com a possibilidade da edição de imagens e do uso de efeitos sonoros e visuais”, acrescenta Damigo, que é formado pela Escola de Arte Dramática (EAD) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

No elenco estão a atriz Sara Antunes, como Leopoldina, Plínio Soares, como José Bonifácio – ambos também formados pela EAD -, e a musicista Ana Eliza Colomar, que faz a trilha sonora da peça tocando flauta transversal e violoncelo.

Idealizada há duas décadas por Damigo, Leopoldina, Independência e Morte é resultado de longo estudo da vida e da obra da imperatriz. Trechos de cartas escritas por Leopoldina são reproduzidos no espetáculo. Falas de Bonifácio também foram extraídas de textos de autoria do “Patriarca da Independência”. O historiador Paulo Rezzutti, autor do livro D. Leopoldina, a História Não Contada (Editora Leya), prestou consultoria para a peça. “Queremos também mostrar para o público de hoje o projeto de um país que, infelizmente, fracassou com a morte de Leopoldina e o exílio de Bonifácio”, conta Damigo, ainda de acordo com a Agência Fervo. “Falar desse sonho de quando o Brasil se tornava uma nação independente é importante para nós, principalmente neste momento em que parecemos ter que negociar pressupostos muito básicos dos entendimentos sobre a vida em sociedade.”

A peça Leopoldina, Independência e Morte, de Marcos Damigo, estreou nesta segunda-feira, dia 8, e fica em cartaz até este domingo, dia 14, no YouTube (com opção de legenda) e no Facebook (com interpretação em Libras), nos seguintes horários: de segunda a sexta-feira, às 10h30, 15h30 e 20h30, sábado, dia 13, e domingo, dia 14, às 15h30 e 20h30. As sessões são gratuitas, com colaborações voluntárias (chave Pix: leopoldinaproducao@gmail.com).


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